sexta-feira, 17 de setembro de 2010

PEDAGOGIA DO OLHAR (RUBEM ALVES)






Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu. O educador diz: “Veja!” - e, ao falar, aponta. O aluno olha na direção apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo Ele fica mais rico interiormente... Se expande.

E, ficando mais rico interiormente, ele pode sentir mais alegria e dar mais alegria que é a razão pela qual vivemos.

Já li muitos livros sobre psicologia da educação, sociologia da educação, filosofia da educação mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à educação do olhar ou à importância do olhar na educação, em qualquer deles.

A primeira tarefa da educação é ensinar a ver...

É através dos olhos que as crianças tomam contato com a beleza e o fascínio do mundo...

Os olhos têm de ser educados para que nossa alegria aumente.

A educação se divide em duas partes: Educação das Habilidades e Educação das Sensibilidades...

Sem a educação das sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido.

Os conhecimentos nos dão meios para viver. A sabedoria nos dá razões para viver.

Quero ensinar as crianças. Elas ainda têm olhos encantados. Seus olhos são dotados daquela qualidade que, para os gregos, era o início do pensamento:... A capacidade de se assombrar diante do banal.

Para as crianças, tudo é espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o vôo dos urubus, os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os eruditos não vêem.

Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas, taxonomias, nomes latinos – mas esqueci. Mas nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore...

Parece que, naquele tempo, as escolas estavam mais preocupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras que com a realidade para a qual elas apontam.

As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos.

Aprendemos palavras para melhorar os olhos. As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor.

Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem... O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido.

Quando a gente abre os olhos, abrem-se as janelas do corpo, e o mundo aparece refletido dentro da gente.

São as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões para viver. Elas não têm saberes a transmitir. No entanto, elas sabem o essencial da vida.

Quem não muda sua maneira adulta de ver e sentir e não se torna como criança jamais será sábio.

Ama a simplicidade
Ama a ociosidade criativa
Ama a vida, a beleza e a poesia
Ama as coisas que dão alegria
Ama a natureza e a reverência pela vida
Ama os mistérios
Ama a educação como fonte de esperança e transformação
Ama todas as pessoas, mas tem um carinho muito especial pelos alunos e professores
Ama Deus, mas tem sérios problemas com o que as pessoas pensam e/ou dizem a Seu respeito
Ama as crianças e os filósofos – ambos têm algo em comum: fazer perguntas
Ama, ama, ama, ama...

As crianças não têm idéias religiosas, mas têm experiências místicas. Experiência mística não é ver seres de um outro mundo. É ver este mundo iluminado pela beleza.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

ROTEIRO (CHICO XAVIER / EMMANUEL)





No corpo humano, temos na Terra o mais sublime dos santuários e uma das supermaravilhas da obra divina.

A bênção de um corpo, ainda que mutilado ou disforme, na Terra, é como preciosa oportunidade de aperfeiçoamento espiritual, o maior de todos os dons que o nosso planeta pode oferecer.

O corpo é para o homem santuário real de manifestação, obra-prima do trabalho seletivo de todos os reinos em que a vida planetária subdivide.

Os aleijões de nascença e as moléstias indefiníveis constituem transitórios resultados dos prejuízos que, individualmente, causamos à corrente harmoniosa da evolução.

A energia mental é o fermento vivo que improvisa, altera, constringe, alarga, assimila, desassimila, integra, pulveriza ou recompõe a matéria em todas as dimensões.

Por isso mesmo, somos o que decidimos, possuímos o que desejamos, estamos onde preferimos e encontramos a vitória, a derrota ou a estagnação, conforme imaginamos.

Os acontecimentos obedecem às nossas intenções e provocações manifestas ou ocultas. Encontraremos o que merecemos, porque merecemos o que buscamos.

A existência, pois, para nós, em qualquer parte, será invariavelmente segundo pensamos.

A mente é manancial vivo de energias criadoras. O pensamento é substância, coisa mensurável.

Encarnados e desencarnados povoam o planeta, na condição de habitantes dum imenso palácio de vários andares, em posições diversas, produzindo pensamentos múltiplos que se combinam, que se repelem ou que se neutralizam.

O idealismo operante, a fé construtiva, o sonho que age, são pilares de todas as realizações.

Quem mais pensa, dando corpo ao que idealiza, mas apto se faz à recepção das correntes mentais invisíveis, nas obras do bem ou do mal.

O Homem permanece envolto em largo oceano de pensamentos, nutrindo-se de substância mental em grande proporção.

Toda criatura absorve, sem perceber, a influência alheia nos recursos imponderáveis que lhe equilibram a existência.

Em forma de impulsos e estímulos, a alma recolhe, nos pensamentos que atrai, as forças de sustentação que lhe garantem as tarefas no lugar em que se coloca.

Nossa inspiração está filiada ao conjunto dos que sentem como nós, tanto quanto a fonte está comandada pela nascente.

Somos obsidiados por amigos desencarnados ou não e auxiliados por benfeitores, em qualquer plano da vida, de conformidade com a nossa condição mental.

Precisamos compreender – repetimos – que os nossos pensamentos são forças, imagens, coisas e criações visíveis e tangíveis no campo espiritual.

Atraímos companheiros e recursos, de conformidade com a natureza de nossas idéias, aspirações, invocações e apelos.

Estejamos, assim, convictos de que os nossos companheiros na Terra ou no Além são aqueles que escolhemos com as nossas solicitações interiores, mesmo porque, segundo antigo ensinamento evangélico, “teremos nosso tesouro onde colocarmos o coração”.

Frases extraídas da obra: Emmanuel (Espírito). Roteiro, [ditada] pelo espírito de Emmanuel, psicografada por Francisco Cândido Xavier. Rio de Janeiro: FEB, 1952.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O SORRISO (TÂNIA POLON)






O que temos a falar sobre o sorriso? É uma demonstração direta da alegria, por que não dizer? É uma exteriorização dos nossos mais arraigados sentimentos. Quando sorrimos, externamos nossa felicidade e convidamos às pessoas a caminharem conosco neste sentimento.

Se pensarmos que com um simples sorriso somos capazes de promover várias mudanças no nosso dia a dia e das pessoas, sorriríamos muito mais. Quantos dissabores já não foram evitados através de um simples sorriso? Quantos problemas já não foram superados pelo convívio com pessoas de alto astral? Quando alguém te perguntar algo constrangedor, não fique constrangido, simplesmente sorria!

Temos vários estágios do sorriso: o sorriso tímido que encanta a quem o recebe; o sorriso extrovertido que descongestiona as veias e as artérias de quem o dá e de quem o recebe; o sorriso solto que nos leva a percorrer momentos de grandes alegrias, e temos também, a gargalhada que é capaz de provocar um clima de muita descontração, sendo o estágio mais caloroso e acolhedor do sorriso, pois atinge a muitos expectadores.

Imagine-se numa festa sem a presença do sorriso... que festa chata! Com certeza 99% dos participantes iriam embora e deixariam os anfitriões curtindo a maior decepção pelo insucesso. Tudo pela falta de sorrisos. Nada como você ser recebido por alguém com um encantador sorriso nos lábios, você se sente tão à vontade como se estivesse em sua própria festa.

Quantos músculos não serão utilizados para mostrarmos nosso lado insatisfeito e rabugento? Com certeza muito menos para demonstrarmos todo carisma, brilho, carinho, amizade, amor e felicidade através da leveza que o sorriso representa. Portanto, vamos SORRIR para que possamos começar a construir um mundo melhor e com muita paz, amor, fraternidade, companheirismo e acima de tudo FELICIDADE PELA DESCOBERTA DA VERDADEIRA AMIZADE.

SORRISO: É o espelho de nossa alma, e com esse gesto tão simples e eficaz propiciaremos nosso equilíbrio interno e de outras pessoas. Quando sorrimos, externamos o quanto estamos felizes conosco e com a nossa vida...


terça-feira, 7 de setembro de 2010

DAS VANTAGENS DE SER BOBO (CLARICE LISPECTOR)






O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando."

Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia.

O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas. O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.

Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranqüilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu.

Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?"

Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!

Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.

O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem.

Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!

Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.

  LEI HERMÉTICA: HERMES TRIMEGISTUS Há millhares de anos, existiu um grande homem cuja imensa sabedoria transcedeu fronteiras. Esse homem ...