sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

REFLEXÃO (TANIA POLON)


Mais um ano chegou ao fim e refletimos...

O que plantamos no ano que passou para que possamos colher os frutos nesse novo ano ou nos próximos anos??? Se nós não buscarmos transformar a nossa vida através de ações concretas...

Muitos anos passarão sem que colhamos frutos, pois a árvore só nos dá frutos se cuidarmos bem dela...

Imaginemos a nossa vida como se fosse uma bela e frondosa mangueira...

Nascemos, crescemos, e somos educados para nos tornar pessoas adultas e amadurecidas...

Podemos deixar o tempo passar, e com certeza ele passará em branco, pois nada nos vem de regalo sem que impulsionemos nossa máquina para que ela produza frutos a nosso favor...

A hora é agora de despertarmos para o amor, para a paz, para a luz, a esperança, para a caridade...

Amar a si mesmo é respeitar o próximo. Amar o próximo é respeitar a si mesmo...

Paz em seu coração para que se sinta em equilíbrio para que possas fazer as escolhas certas para sua vida e para vida de outras pessoas. Tudo está interligado pelas leis desse grande universo...

Luz para que possamos enxergar a nós mesmo. Para que possamos iluminar nosso coração para que seja doce conosco e com o próximo...

Esperança para que a vida continue sempre viva em nossos corações. Esperança para que acreditemos que nosso futuro será permeado de vitórias. Vitórias sobre si mesmo. Vitórias nas conquistas diárias, seja de qualquer natureza...

Caridade. Dividir o que temos de melhor com nosso próximo... Nosso amor, nosso carinho, nosso cuidado, nossas vitórias e conquistas diárias...

Que possamos a partir de hoje poder nos sentir pessoas especiais, filhos de Deus e acreditar que o Amor em nossas vidas sempre vale a pena...

Que o Amor possa unir as pessoas e os povos, e assim interligados nesse sentimento, possam construir um mundo mais doce e ameno para todas as pessoas, inclusive para cada um de nós...

Que todos os anos sejam feitos de conquistas internas e que essas conquistas façam a diferença na vida de cada um de nós...

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

NEM TUDO É FÁCIL (CECÍLIA MEIRELES)






É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.

É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada.

É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.

É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.

É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.

É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.

É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.

É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.

Se você errou, peça desculpas...

É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?

Se alguém errou com você, perdoa-o...

É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?

Se você sente algo, diga...

É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar?

Se alguém reclama de você, ouça...

É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?

Se alguém te ama, ame-o...

É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?

Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível.

Precisamos acreditar, ter fé e lutar.

para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos, realidade!!!

CAMINHAR... (CRIS ANVAGO)





Quero caminhar...

Pela estrada do amor...

Por vezes..

Difícil caminhada...

Mas eu sou feita de paixão...

O meu coração foi feito para amar...

Necessito que te ofereças a mim...

Não só metade...

Quero tudo...

Preciso de tudo de ti...

O teu olhar..o teu riso...

O teu corpo no meu...

Dá-me a tua mão...

Caminha comigo...

Lado a lado...

Vive os meus sonhos..

Vive na minha realidade..

Mas vive...

Em mim...

E deixa que eu viva...

Cada segundo...

Em ti...

Eu sou feita de sensações...

Paixão..

Amor...

Descobre-me...

Estou aqui...

Sempre para ti...

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

FOLHAS DE ROSA (FLORBELA SPANCA)

Todas as prendas que me deste, um dia,
Guardei-as, meu encanto, quase a medo,
E quando a noite espreita o pôr-do-sol,
Eu vou falar com elas em segredo ...


E falo-lhes d'amores e de ilusões,
Choro e rio com elas, mansamente...
Pouco a pouco o perfume do outrora
Flutua em volta delas, docemente ...


Pelo copinho de cristal e prata
Bebo uma saudade estranha e vaga,
Uma saudade imensa e infinita
Que, triste, me deslumbra e m'embriaga


O espelho de prata cinzelada,
A doce oferta que eu amava tanto,
Que reflectia outrora tantos risos,
E agora reflecte apenas pranto,


E o colar de pedras preciosas,
De lágrimas e estrelas constelado,
Resumem em seus brilhos o que tenho
De vago e de feliz no meu passado...


Mas de todas as prendas, a mais rara,
Aquela que mals fala à fantasia,
São as folhas daquela rosa branca
Que a meus pés desfolhaste, aquele dia...

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

MEU BEM ME QUER (VICENTE PEREIRA)





Foste sempre uma flor
Agora mais murcha e envelhecida
Mas és sempre o bem me quer do amor
Companhia de toda a minha vida.



Fostes uma árvore frondosa
Na tua sombra, os filhos criaste
Para que tivessem uma vida maravilhosa
Com a tua ajuda, nunca faltaste.



Foste sempre o meu MAR
E um rio era todo o meu ser
Quando aflito corria a ti para me amparar
E envolvia-te com ternura no sofrer.



Foste sempre o meu sol
Iluminaste o medo da minha vida
Qual barco guiado pelo farol
Que não sente a rota perdida.



Foste a lua na noite escura
E tudo fizemos para te manter no céu
Quando a vida nos foi tão dura
Para a lua, as filhas e eu.

COMO O TEMPO (VICENTE PEREIRA)





O céu estava encoberto
As nuvens corriam para sul
Como era negra aquela tarde.


Talvez por eu estar com saudade
Ou o próprio coração encoberto
Lágrimas corriam nestas faces tristes
Pensando sempre num amor incerto.


Mas quanto tempo passou
Desde que ela me deixou,
Seria somente eu a sofrer
Ou o céu compreenderia o que se passou
Não, só ela o deve saber
Mas nem assim ela voltou.


Quanto tempo terei de esperar
Para que ela saiba esquecer
Uma insignificante palavra que escapou
Ou simplesmente não soube amar
Este que tanto a amou.


Talvez pense que eu a trai
Ou não vê que o meu coração
A chama para aqui
Transbordando de amor e paixão.


É bom recordar o seu rosto moreno
Os cabelos negros como a tarde
Que me abandonou num andar sereno
Estive para correr e a abraçar
Mas fiquei sem poder andar.


Enquanto a sua bela imagem
Fugia do meu olhar
Os cabelos voando na aragem
Que o tempo fizera soprar.


Ainda hoje sinto o escuro do céu
O vento como a chorar
O sol, a alegria, tudo desapareceu
Mas eu a continuo a amar.


Um dia se ela voltar
Todo eu serei alegria
Vou-a apertar nos meus braços
E afirmo que até nesse dia
O sol brilhará nos espaços,
Se chover será de simpatia
As nuvens dançando a compasso
Compreendem a minha alegria.


Mas nada disto se está a passar
Enquanto a chamo para o meu lado
Enquanto sofro este esperar
Enquanto ela não esquece o passado.


EU A CONTINUAREI AMAR.

CRÔNICA: HISTÓRIA DA FAUSTINA DO PILAR (VICENTE PEREIRA)





Vou-vos contar a história
Da Faustina do Pilar
Jovem madura e quente
E no amor era ardente
O seu sonho era casar.


Ela tinha quarenta anos
E nada nela mudou
Passava bem por sessenta
Tal era a vestimenta
Da roupa que sempre usou.


A Faustina era feiinha
Perdoa Senhor de céu
Coxeava a andar
Era gaga a falar
O Senhor nada lhe deu.


Namorou um americano
Que uma foto lhe pediu
Ela mandou de uma tia
Já velhota mas bem parecida
E o americano lá caiu.


Mas quando a veio visitar
Foi tamanha a emoção
Quando viu tamanho bode
Ele ficou que nem pode
E deu-lhe um ataque de coração.


Namorou um certo tempo
Com um cego de Alenquer
Mas quando foi o casamento
Deu-se um milagre e de momento
O cego ficou a ver.


Quando olhou para a Faustina
Ela riu-se de contente
E mesmo em frente altar
O homem não quis casar
Mas ficar cego novamente.


A Faustina pôs um anúncio
Que se queria casar
Foi tão grande a confusão
Apareceu um urso e um cão
Ela escolheu o urso polar.


Agora para terminar
Chegou ao fim o seu curso
A Faustina do Pilar
Lá acabou por casar
E dar ao mundo um Fausti-urso.

VERSOS PARA A PAULINA (VICENTE PEREIRA)





Se tu fosses uma flor
Talvez fosses um malmequer
Mas como és o meu amor
És uma flor de mulher.

Durante os dias só penso
Na tua imagem Maria
Mesmo de noite só sonho
Com o que penso de dia.

Das muitas formas de amar
Mais de cem consigo saber
Uma é nunca te deixar
As outras, contigo viver.

Esteja eu onde estiver
E tu sempre no teu lugar
Corro sempre para ti
Como o rio corre para o mar.

Passeávamos ao luar
Quando a lua no entanto
Se esconde com as nuvens
Com inveja do teu encanto.

Dizem que o amor é doido
E há tanto doido para aí
Mas se ser doido é ser louco
Então sou doido por ti.

Tenho no peito sentida
A pessoa do meu viver
O amor da minha vida
Paulina minha mulher.

Como o nosso amor é grande
O que pode vir depois
Só o fruto desse amor
Os rebentos de nós dois.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

TESTAMENTO (BTSE)





Hoje eu me peguei
Com papel e caneta
A escrever a minha última vontade.

Se caso todo dia eu morrer
Em um sono profundo
Depois de tanto amar.

Lego ao meu amor
A felicidade que um dia dele roubei.

A simplicidade em viver esse amor
Que um dia o ofertei.

A liberdade de dar a outro alguém
O direito de ser ou não por ele amado.

E quando a terra meu corpo voltar
Espero o sorriso mais belo que já ousou dar.

E quando o amor de lembrar mim,
Que seja a mais linda lembrança do nosso olhar.

Do sono profundo eu acordei
Vi que era apenas um sonho.

Porque o ser por mim amado
Estava lindamente ao meu lado.

E que fielmente cumpria
O que em devaneio a ele eu leguei.

Por fim, desperta
Ciente de que minha morte
Não passava de sono profundo.

Decido escrever na pele do meu amor
A minha declaração expressa de última vontade.

Eu poetisa, declaro em tua pele
Em verso se morrer for assim
Dormi profundamente,
Que eu morra mil vezes.

Pois ao amanhecer
Ressuscitarei esplendorosa
Nos braços do amor renascer.

CRÔNICA: SACOLA VERMELHA (KIKA MENDONÇA)





Levava uma sacola azul com flores vermelhas um homem aparentando 40 anos, cor morena, cabelos curtos e olhos negros.

Caminhava apressado e prendia a sacola contra o corpo como se não quisesse perder o controle. Seu rosto revelava preocupação e certa tensão enrijecia seus músculos, demonstrando visivelmente seu medo e desconforto diante dos clientes do supermercado.

Repentinamente atravessou as gôndolas entreolhando os empregados e mexendo a cabeça e o tórax com um frenesi e um pavor que chamava a atenção de todos, sem perceber esbarrou no gerente, homem forte, alto, aparência nervosa.

O olhar tigresco do gerente perscrutou a alma do incauto homem, tentando arrancar-lhe a confissão mais iminente: havia um roubo, a sacola estava cheia.

Vou acabar com esse desgraçado. O pensamento do gerente foi tão intenso que o homem da sacola enrubesceu, titubeou e trêmulo abriu a sacola.

O gerente emudeceu, ficou boquiaberto, numa sonata balbuciou:

Ai como sou bandida!

Adoro sex Shop!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

FRASES: O PEQUENO PRÍNCIPE (ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY)




Tu se tornas ETERNAMENTE responsável, por aquilo que cativas!


“Tu julgarás a ti mesmo – respondeu o rei. – É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio”.


“Talvez esse homem seja mesmo um tolo. No entanto, é menos tolo que o rei, que o vaidoso, que o empresário que o beberrão. Seu trabalho ao menos tem um sentido. Quando acende o lampião, é como se fizesse nascer mais uma estrela, ou uma flor. Quando o apaga, porém, faz adormecer a estrela ou a flor. É um belo trabalho. E, sendo belo, tem sua utilidade”.


“É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas. Dizem que são tão belas”.



"A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa. - Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!"



- Se alguém ama uma flor da qual só exista um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para fazê-lo feliz quando as contempla. ele pensa "Minha flor está lá, em algum lugar..." Mas se o carneiro come a flor, é, para ele, como se todas as estrelas se repentinamente se apagassem! E isto não tem importância?



“As estrelas são todas iluminadas... Será que elas brilham para que cada um possa encontrar a sua?”



“Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração... É preciso que haja um ritual”.



“Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fossem música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando tiveres me cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...”



-Mais quando a gente fica vermelho, não é o mesmo que dizer "sim"? -O mais importante é invisível ... -As estrelas são todas iluminadas ... Não será para que cada um possa um dia encontrar a sua?



“– Adeus – disse a raposa. – Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.”



Tu não és para mim senão uma pessoa inteiramente igual a cem mil outras pessoas. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...



“– À noite, tu olharás as estrelas. Aquela onde moro é muito pequena para que eu possa te mostrar. É melhor assim. Minha estrela será para ti qualquer uma das estrelas. Assim, gostaria de olhar todas elas... Serão todas suas amigas. E, também, eu lhe darei um presente...”

CRÔNICA: O HOMEM NU (FERNANDO SABINO)

Ao acordar, disse para a mulher: —



Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.

— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.

— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações.

Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém.

Deixa ele bater até cansar

— amanhã eu pago.

Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão.

Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito.

Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém.

Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.

Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir.

Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão.

Bateu com o nó dos dedos:

— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu

— chamou, em voz baixa.

Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.

Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares...

Desta vez, era o homem da televisão! Não era.

Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:

— Maria, por favor! Sou eu!

Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo...

Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder.

Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão. Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.

— Ah, isso é que não!

— fez o homem nu, sobressaltado.

E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido...

Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!

— Isso é que não — repetiu, furioso.

Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar.

Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador.

Antes de mais nada: "Emergência: parar".

Muito bem. E agora? Iria subir ou descer?

Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir.

O elevador subiu.

— Maria! Abre esta porta!

— gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.

Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão.

Era a velha do apartamento vizinho:

— Bom dia, minha senhora

— disse ele, confuso.

— Imagine que eu... A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:

— Valha-me Deus! O padeiro está nu!

E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:

— Tem um homem pelado aqui na porta! Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:

— É um tarado!

— Olha, que horror!

— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!

Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era.

Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.

— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.

Não era:

Era o cobrador da televisão.

TEMPO (TANIA POLON)



O tempo corre em direção horizontal...

Limites não há que o tempo não atinja. Vivendo ou não em função do tempo, mas o tempo é implacável, ele passa, ele voa e quando percebemos já não o alcançamos, ele passou, o hoje virou passado e perdemos o nosso precioso tempo com coisas que não foram imprescindíveis para nós e para nosso crescimento...

É duro acordar um dia e ver que o tempo passou e nós ficamos estagnados, vimos as pessoas ao nosso redor caminharem a passos largos, rumo à concretização dos seus objetivos...

É duro perceber que não aprendemos muito e não nos transformamos em pessoas melhores para nós mesmas, melhores para outras pessoas...

É nesse despertar da estagnação que devemos olhar profundamente para dentro de nós e buscar caminhos que nos levem a caminhar a passos até curtos, mais firmes....

Que aprendamos a enxergar a nossa vida com alta dose de otimismo e imaginar que ela se assemelha a uma escadaria, e possamos subir um degrau por dia, e que esse degrau seja sólido, concreto equilibrado...

Subir um degrau por dia... É você dar o melhor de si mesma...

É você fazer as coisas que lhes são importantes e que lhes dá prazer...

É você ser a protagonista da sua própria vida... Não aceitando nenhuma assertiva negativa de quem quer que seja, não permitindo que as pessoas invadam a sua vontade maior que é a de ser feliz e proporcionar as pessoas que ama toda felicidade que o cosmo permitir...

O tempo que se adiantou antes, correrá a nosso favor quando tomarmos as rédeas da nossa vida, por estarmos produzindo momentos de contentamento pelo dever realizado para conosco e por estarmos construindo coisas novas para nós e para as pessoas...


ESPERANÇA (SUSANA CARREIRA DA SILVA)





Até que a mente me conserve lúcida.

Hei-de cultivar o amor.

Na mochila trago a esperança.

E também um livro de poemas.

Onde são concretizados a paz, o amor e a justiça.

Que é esse o grande sonho da humanidade.

Colorindo assim cada novo dia.

Tentando semear alegria.

Trago Também na mochila a memória.

A memória do que já vivi e do que aprendi.

Caminhando pelos caminhos da vida.

Encontrando-me em encruzilhadas.

Sem nunca esqueçer a esperança.

Já encontrei a tristeza e com ela aprendi.

Que a felicidade é a aceitação.

A aceitação do que vivi e de quem conheci.

Trago sempre a esperança comigo.

Para que nessas encruzilhadas me encontre.

E encontre o caminho de volta.

Neste livro de poemas reconheci o amor.

Este amor que me faz sentir.

E com este amor sinto a humanidade.

Reconheci também a injustiça.

Da qual aprendi que há justiça.

A justiça de viver e aprender.

A justiça de amar.

A justiça de Ser.

E assim vou continuar a palmear por este mundo.

Com a minha mochila recheada com humanidade.

E continuar a semear o melhor de mim.

E espalhar assim em formas coloridas.

O amor e a alegria.

OS SEUS INCÔMODOS E SUAS TRANSFORMAÇÕES (HELENA PAIX)



É que todas as transformações nascem de um incômodo.

Lhe incomoda ser só: surge a necessidade do outro.

Lhe incomoda a distância: surge o diálogo.

Lhe incomoda a dor: surge o perdão. Lhe incomoda o peso: surge a liberdade.

A transformação-de-si nasce, então, do incômodo mais importante que há: o incômodo de não estar vivendo tudo o que você pode viver; de não estar sentindo tudo o que você pode sentir; de não estar sendo tudo o que você pode ser.

Entenda: para ser você mesma(o), você deve ser revolucionária(o). A revolução deve acontecer justamente em e com você: e essa revolução nasce do incômodo e o incômodo nasce da revolução. A revolução transformadora e criadora de essências.

Essas coisas todas, as coisas práticas da vida, elas são ocupação: há quem passe a vida se ocupando.

Mas para que você realmente aconteça, para que você realmente proclame a si mesma(o) como sendo quem verdadeiramente você é, é preciso o que chamo de incômodo-origem.

O incômodo-origem é um despertar: é um entender que você talvez jamais venha a ser quem querem que você seja.

É um perceber que a libertação depende quase que exclusivamente da construção de um escudo-dor que lhe protege das expectativas dos outros e faz com que você se foque nas SUAS expectativas. Entenda: amar é um troço perigoso.

Porque como amar é essência, as outras coisas se disfarçam de amor e influenciam nossas tristezas, pesos e destinos. A gente pensa que amar é não deixar que nossas ações toquem o outro: e aí, por medo de machucar os filhos ou a família, pais que não se amam mais passam a vida inteira infelizes.

A gente pensa que amar é não gerar incômodo: e aí a gente esconde quem nós somos e o que queremos e passamos a vida vivendo pelas regras dos outros para que eles continuem em suas zonas de conforto, para que eles continuem a viver como pensam ser o certo e o bom.

A gente acha que amar é não ferir: e aí a gente não enfrenta, a gente não fala, a gente não traz à tona aquele vazio, aquele não-quero-mais. E aí o mais cruel e perigoso acontece: a gente não escuta os nossos incômodos. E a aí a gente se perde se si mesma(o) e passa a vida existindo, e não vivendo.

Há que haver uma quebra. Há que surgir um entendimento extra-humano: o de que a SUA vida é um presente que foi dado a VOCÊ. Não aos seus pais, não à sua companheira(o), não à sua família. Eles são convidados Vips de sua existência. Mas a vida é sua. Assim como devem ser os seus incômodos.

Quando o incômodo é ouvido, uma revolução acontece: você entende que não conseguirá jamais agradar a todos. Você percebe que não tem dado certo viver pelo que os outros querem de você. Essa revolução assusta: porque para que você busque realizar as suas expectativas, será necessário que você abandone as expectativas dos outros.

Será necessário que você se convença que a dor dos outros não é um fardo seu. Será preciso um entendimento sério demais: que você se conscientize que cada um precisa lidar com suas próprias dores e decepções.

E não é uma questão de ser egoísta (embora muitos vejam assim): é uma questão de celebrar com todo respeito e dignidade a vida que lhe foi dada. E não é uma questão de não amar os outros (embora assim possam interpretar): é uma questão de dar-lhes a oportunidade de conhecer você em toda a sua completude e essência.

E não é uma questão de não se importar com os que os seus queridos querem ou pensam (embora tentem lhe atribuir essa culpa): é uma questão de não deixar que você se torne refém do medo, da insegurança e da carência dos seus queridos.

Cada um de nós precisa ter a sua história: mas a sua história só faz sentido se for escrita por você mesma(o).

Escutar seus incômodos é uma ação difícil, mas a transformação que acontece em você, a revolução que acontece em você, resvala nas outras pessoas: ao ponto de muitas delas aprenderem a escutar os seus próprios incômodos.

Essa é uma fonte infinita de abraços: a percepção de que somos unidos não por agradar uns aos outros, mas por todos estarmos aqui para crescer juntos.

TUDO PASSA (CHICO XAVIER)






Tudo passa... 

Todas as coisas na Terra passam: 

Os dias de dificuldade passarão... 

Passarão, também, os dias de amargura e solidão.

As dores e as lágrimas passarão.

As frustrações que nos fazem chorar...

Um dia passarão:

A saudade do ser querido que está longe, passará.

Os dias de tristeza...

Dias de felicidade...

São lições necessárias que, na Terra, passam, deixando no espírito imortal as experiências acumuladas.

Se, hoje, para nós, é um desses dias, repleto de amargura, paremos um instante.

Elevemos o pensamento ao Alto e busquemos a voz suave da Mãe amorosa, a nos dizer carinhosamente: 'isto também passará' E guardemos a certeza pelas próprias dificuldades já superadas que não há mal que dure para sempre, semelhante a enorme embarcação que, às vezes, parece que vai soçobrar diante das turbulências de gigantescas ondas.

Mas isso também passará porque Jesus está no leme dessa Nau e segue com o olhar sereno de quem guarda a certeza de que a agitação faz parte do roteiro evolutivo da Humanidade e que um dia também passará.

Ele sabe que a Terra chegará a porto seguro porque essa é a sua destinação.

Assim, façamos a nossa parte o melhor que pudermos, sem esmorecimento e confiemos em Deus, aproveitando cada segundo, cada minuto que, por certo, também passará.

Tudo passa...

Exceto Deus...

Deus é o suficiente!

CONFIE SEMPRE (CHICO XAVIER)







Não percas a tua fé entre as sombras do mundo.

Ainda Que Os Teus pés estejam sangrando, segue para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima De ti mesmo.

Crê e trabalha.

Esforça-te no bem e espera Com paciência.

Tudo passa e tudo se renova na terra, mas o que vem do céu permanecerá.

De todos os infelizes os mais desditosos são os que perderam a confiança Em Deus e em si mesmo, porque o maior infortúnio é sofrer a privação Da fé e prosseguir vivendo.

Eleva, pois, o teu olhar e caminha. Luta e serve.

Aprende e adianta-te. Brilha a alvorada além da noite.

Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte.

Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia.

UM DIA (MÁRIO QUINTANA)

...

Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem.

Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela...

Um dia nós percebemos que as mulheres têm instinto "caçador" e fazem qualquer homem sofrer ...

Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável...

Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples...

Um dia percebemos que o comum não nos atrai...

Um dia saberemos que ser classificado como "bonzinho" não é bom...

Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você...

Um dia saberemos a importância da frase: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..."

Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso...

Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais...

Enfim...

Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizer o que tem de ser dito...

O jeito é:

Ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida...

Ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras...

Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.

domingo, 13 de novembro de 2011

CRÔNICA DO PÔR DO SOL (KIKA MENDONÇA)





Conheço a família Madeira. Boa gente, que mora em Tatuapé e conhece a maioria das transformações porque passa aquele bairro. Seu Jose o patriarca, me falou do tempo em que ele foi morar na rua Fernandes Pinheiro. – Era tudo várzea, a gente andava na rua atolando os pés até metade da canela. Ninguém queria morar naquela rua. Bem próximo tem o parque do Piqueri. Fiquei sabendo que era da tradicional família Matarazzo. Assim, outras histórias foram contadas – o crescimento e a sofisticação do jardim Anália Franco, o movimento Pilequinho, Bar dos embalos de sábado à noite, o popular Shopping Tatuapé, que se tornou ponto de encontro de gente de todas as idades, sem esquecer, é claro, da igreja Nossa Senhora da Conceição, na Praça Silvio Romero, o famoso republicano. É nesse cenário que a morte perde a mistificação. Para essa família a morte não é o fim, como também não é o começo de nada. Parece uma relação perfeita de alternância de exaltação e subordinação. Quando a morte leva alguém ela está em estado de exaltação, de mando. Quando alguém escapa de suas garras, é porque ela está em estado de subordinação, de obediência. Deus é o maioral que permite essa alternância da morte, como borboleta no casulo. Eles assim acreditam. A família Madeira é parte presente no velório e no enterro da maioria das pessoas conhecidas que morrem no pedaço. Seja carregado pelos anos, seja saindo das fraldas, não importa, lá estão velando. Velam João, Francisco, Antônia. Enterrou Maria, Teresa, Sebastiana. Sabe quem morreu? Tiãzinho. Quem e esse cara? Aquele que vendia fruta na praça, a mulher dele morreu, ele vendeu a banca, foi para Minas e depois foi morar com o cunhado. De quê foi? Disseram que bebia muito, com desgosto, não tinha família, nem criava cachorro, a solidão foi sua prima amiga. Deus o tenha. Você vai ao velório? Vou. Até que horas você vai ficar lá? Até meu corpo não cansar. No enterro lá estão – José, Olímpia, Glorinha, Zezinho, Flor, Reginaldo, Beto e Peludinha, a gatinha de olhos azuis, enfim, toda a família, para colocar um punhado de areia no caixão e rezar baixinho: Deus te reserve um lugar bem legalzinho, caro Tiãozinho, que esse pôr do sol seja lindo como no Sertão, porque pobre tem pouca terra, sete palmos abaixo do chão, Morte e vida Severina é a coisa mais certa, tudo que pobre tem é um pôr do sol ou a cova fria para amargar a solidão. Deus me perdoe.

Legenda: Tatuapé – Bairro da Zona Leste de São Paulo – capital.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O SER HUMANO LIVRE??? (TANIA POLON)



Como é bom você sentar em frente ao mar e imaginar o infinito que se esconde atrás das suaves ondas...

Adoro o mar, mas adoro o mar para poder observar o que está escondido no recôndito das suas ondas...

A intensidade que a profundeza do mar nos remete, revela-nos a distância que segue seu rumo, ora tranquilo, ora revolto...

Quando percorremos seus passos, nos deparamos com águas que invadem nossa vida, levando-nos a atingir a calmaria ou o tormento...

O mar é tão profundo quanto à sutileza das nuvens, como a alvorecer da relva, como o balanço das nuvens tentando imitar uma infinidade de gravuras para nos enaltecer a alma...

A natureza pinta gravuras em nosso coração e a nossa alma vibra pelas sensações de equilíbrio que a arte se torna presente e desenha formas de paz e de amor...

E em nossa mente, imagens se formam de esperança e de contentamento, quando nos despojamos de todas as coisas que nos deixam fora de órbita, atingimos o ponto de equilíbrio entre a Natureza calma e o Ser Humano sereno...

Um Ser Humano livre das amarras e dos conceitos e opiniões alheias...

Um Ser pensante, íntegro as suas vontades e atento as suas maiores necessidades que é a de sentir-se liberto das amarras e emaranhados dos pensamentos que norteiam o mundo...


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O MAIS BELO POEMA (CRIS ANVAGO)





Gostava de ser..

O mais belo poema..

Gostava que o lesses nos meus olhos...

Que o sentisses...

Que nos teus lábios nascesse um sorriso...

Ao pensar em mim...

Gostava de estar na tua cabeceira...

Ver-te dormir...

Como se fosse...

O teu livro de poemas..

Gostava que lesses...

O que não está escrito...

O que sinto e penso...

Ao pensar-te...

E ao sentir-te...

Gostava...

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O QUE É MAIS IMPORTANTE PARA NÓS??? (TANIA POLON)




As pessoas deveriam super valorizar o lado humano delas e negligenciar um pouco mais o lado materialista para que houvesse um equilíbrio e fossem mais felizes....

Super valorizar o material não as deixa plenamente felizes por que falta algo imprescindível para o ser humano que é a troca do amor entre eles...

Quantas pessoas passam suas vidas inteiras lutando para adquirir bens materiais para que sejam felizes, muitas vezes estão rodeadas de "tantos amigos" e se sentem sozinhas, numa solidão tão grande, muitas até perdem o prazer de viver, e se perguntam, por que ela têm tanto e se sentem sozinhas e abandonadas???

O AMOR não precisa ser economizado, precisa ser compartilhado com todos para que possamos ser mais felizes...

Quando amamos o próximo, a maior beneficiada será você mesma, por que atrairá uma felicidade muito grande para o seu coração. Ser feliz é questão de vontade interior, ser feliz deve ser seu maior objetivo, ser feliz é questão de escolha...

Eu decidi ser Feliz, e você???

Quando falo de Amor, falo de um sentimento nobre de Seres Humanos para Seres Humanos, falo em amar a si mesma, amar incondicionalmente sem medir espaços, fronteiras, esforços, amar pelo prazer que o amor faz em nossas vidas, amar a todos pelo simples e pura vontade de amar...


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

HÁ MOMENTOS (CLARICE LISPECTOR)




Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.


Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.


Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.


As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.


A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.


O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.


A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.

domingo, 2 de outubro de 2011

O AMOR (ASTRIDY GURGEL)





Se pudesse resolver metade do que penso serem problemas em minha vida, provavelmente seria muito mais feliz.

Se pudesse pensar menos que tenho problemas, eles teriam cinqüenta por cento a menos do penso que eles tem.

Querem saber?

Não importa nada disto como não deveria importar dor nenhuma que a gente sinta decorrente do amor.

O Amor é apenas a bola que fica no campo ou que fica sobrevoando o campo.

Sim, o amor não vale nada para muitas pessoas, por isto o jogam de cá, pra lá!

Não sou dona de verdades amorosas e certamente meu passado não fala nada além da trilha melosa que ficou dos amores que supostamente tive.

Este passado de amor hoje tem apenas poeiras e teias de aranhas para poder estampá-lo na soleira da minha memória.

Querem condenar o passado e as vivências de uma mulher?

Como?

Por que e com que direito?

Quem criou este mundo não foi Deus?

Tenho na mente lembranças que levo por não esquecer.

Tenho no coração um amor que não sai de dentro de mim.

Tenho minha história que prova a vida digna que vivi.

Tenho no ouvido o som do amor que me acalenta todos os dias.

Sou sonho de dia, sou sonho muitos instantes, sou sonho infinitamente.

Meu corpo vive a arder pelo seu enquanto tento sentir o que arde em você.

O relógio badala martirizando momentos, e então, intensa de tempo sinto que nos perdemos.

Nossas diferenças, nossos desencontros...

Almoço, enquanto você lancha.

Acordo quando você já trabalha há horas.

Simmmmmm, o badalar do relógio é nosso pior inimigo, pois não nos espera nem nos acompanha.

O amor está do outro lado do oceano.

Aqui fico a ver o som das cantigas que vem de lá.

Cantigas lindas que embalam e enlevam enternecendo o coração.

"Dá-me um abraço"

"Chuva"

"Sodade"

"Canção do mar"

Parecem lembranças das músicas que você já ouviu a pensar em mim.

Que importância tem o meu sentir?

O que faz de mim a amada que um dia morou em ti?


Oh amor é o mais cruel dos sentimentos!

O amor é uma dor que não tem sentido,

Não tem cura,

Não tem amigos,

Não tem conjecturas,

Não tem atalhos e não nem paragens.

Ele vem e açoita dia e noite.

É muito pior que temporal nas trincheiras de soldados enfileirados fugindo das balas dos inimigos.

O amor é cruel como o vento que faz esvoaçar os cabelos das moças que passam nas ruas.

O amor é um triste choro que consome o coração desolado da mulher que espera suspirando na janela.

O amor é sim essas tristezas todas, como é o renovar nos corações que quedam agonizando a perda de uma esperança.

O vento, a amada, o coração, a esperança, a força de tudo isto unirá muitos corações por
este mundo a fora.

Rasgo todos os sentidos para dar um pouco de amor para a moça que amo...

O amor nunca será nada mais e nem nada menos.

O amor nunca será uma perda de tempo e muito menos uma chaga que não fecha.

O amor é mais intenso que aquele mar revolto.

É mais intenso que aquelas ondas de mais de seis metros do Havaí.

O amor é mais intenso do que a falta de fé.

O amor é o rio que corre do seu corpo para o meu corpo.

O amor é mais que o prazer, é mais que eu e que você.

O amor é tudo que cada ser humano quer e conquista por merecimento próprio.

O amor é para todas e para todos.

O amor é a dávida da vida.

Aqui, dá minha tela do computador zelo para que o amor renasça neste mundo a cada novo minuto.

Dentro do meu coração e dos corações de vocês!

PAZ (LUISA)






Uma das grandes sensações que alguém pode experimentar nesta vida é a de paz, vocês não concordam?


Paz consigo mesma, com o mundo e com as pessoas que fazem parte da sua vida. A sensação de paz, ao contrário do que muita gente imagina, não é uma sensação morna, neutra ou de que nada acontece. Ao contrário, as coisas acontecem, mas elas andam no ritmo certo. Não tem nenhum Deus-nos-acuda, o mundo não vai acabar amanhã e, se for, não há nada que alguém possa fazer.


Paz é uma sensação de que (como alguém já disse antes) a direção é mais importante que a velocidade – e uma ligeira desconfiança de que a direção está certa.


Paz é quando o mundo não precisa parar para você descer, pois você pode descer a qualquer momento e tem total controle da situação.


Paz é ter a cabeça vazia diante de uma estrada que não tem fim.


Paz é colocar sua cabeça no travesseiro à noite e dormir com a certeza de que você não enganou ninguém, não mentiu para conseguir nenhuma vantagem ou usou de alguma forma ilícita para conquistar alguma coisa ou alguém. Você tem a nítida sensação do que é paz quando você não busca a felicidade em cada coisa que faz ou em cada lugar que vai.


Paz é quando você está na hora certa e no lugar certo simplesmente porque você acha que aquela hora e aquele lugar são certos para você estar.


Paz é querer aquela pessoa que também te quer e, se um dia uma das partes não quiser mais, tudo bem. Você também vai estar em paz, pois não precisa de outra pessoa para viver.


Paz é estar feliz com sua própria companhia.


Paz é uma sensação interna de que sua busca não acabou, mas que ela não acaba quando você encontra.


Paz é não ter saudade do passado, ou ter, mas viver em harmonia com ele. É não esperar pelo futuro como se ele existisse porque, na verdade, o futuro acaba no exato momento que começa.


Paz é a sensação de que tudo vai dar certo e, se não der, você terá outra chance. Paz é acordar na beira do mar e não ter nada para fazer. Ou ter Paz é uma ave livre abrindo as asas no seu ombro.


Paz é uma sensação do dever cumprido, de uma obra entregue no prazo, de fazer meu melhor.


Paz é o final de um espetáculo de teatro depois que as cortinas se fecham.


Paz é uma sensação para poucos, mas aqueles que a experimentam não trocam por nenhuma outra sensação do mundo que possa se acabar num piscar de olhos. Se eu pudesse dar uma fórmula mágica da paz em um texto, eu daria, mas, por enquanto, só posso descrever um pouco do que estou conhecendo. Que não é quente, não é frio e muito menos morno. É leve, é novo, é seguro. A sensação de paz é um sentimento tão nobre quanto o amor, só que mais apurado.


A Paz é sublime.

sábado, 17 de setembro de 2011

MULHER (AUTOR DESCONHECIDO)






Ser mulher...

É viver mil vezes em apenas uma vida.
É lutar por causas perdidas e
sempre sair vencedora.
É estar antes do ontem e depois do amanhã.
É desconhecer a palavra recompensa
apesar dos seus atos.


Ser mulher...

É caminhar na dúvida cheia de certezas.
É correr atrás das nuvens num dia de sol.
É alcançar o sol num dia de chuva.


Ser mulher...

É chorar de alegria e muitas vezes
sorrir com tristeza.
É acreditar quando ninguém mais acredita.
É cancelar sonhos em prol de terceiros.
É esperar quando ninguém mais espera.


Ser mulher...

É identificar um sorriso triste e uma lágrima falsa.
É ser enganada, e sempre dar mais uma chance.
É cair no fundo do poço, e emergir sem ajuda.


Ser mulher...

É estar em mil lugares de uma só vez.
É fazer mil papeis ao mesmo tempo.
É ser forte e fingir que é frágil...
Pra ter um carinho.


Ser mulher...

É se perder em palavras e
depois perceber que se encontrou nelas.
É distribuir emoções
que nem sempre são captadas.


Ser mulher...

É comprar, emprestar, alugar,
vender sentimentos, mas jamais dever.
É construir castelos na areia,
ve-los desmoronados pelas águas.
E ainda assim amá-los.


Ser mulher...

É saber dar o perdão...
É tentar recuperar o irrecuperável.
É entender o que ninguém mais conseguiu desvendar.


Ser mulher...

É estender a mão a quem ainda não pediu.
É doar o que ainda não foi solicitado.


Ser mulher...

É não ter vergonha de chorar por amor.
É saber a hora certa do fim.
É esperar sempre por um recomeço.


Ser mulher...

É ter a arrogância de viver
apesar dos dissabores,
das desilusões, das traições e
das decepções.


Ser mulher...

É ser mãe dos seus filhos...
Dos filhos de outros.
É amá-los igualmente.


Ser mulher...

É ter confiança no amanhã e
aceitação pelo ontem.
É desbravar caminhos difíceis
em instantes inoportunos.
E fincar a bandeira da conquista.


Ser mulher...

É entender as fases da lua
por ter suas próprias fases.

O GONDOLEIRO DO AMOR (CASTRO ALVES)





Teus olhos são negros, negros,
Como as noites sem luar...
São ardentes, são profundos,
Como o negrume do mar;


Sobre o barco dos amores,
Da vida boiando à flor,
Douram teus olhos a fronte
do Gondoleiro do amor.


Tua voz é a cavatina
Dos palácios de Sorrento,
Quando a praia beija a vaga,
Quando a vaga beija o vento;


E como em noites de Itália,
Ama um canto o pescador,
Bebe a harmonia em teus cantos
O Gondoleiro do amor.


Teu sorriso é uma aurora,
Que o horizonte enrubesceu,
-Rosa aberta com o biquinho
Das aves rubras do céu.


Nas tempestades da vida
Das rajadas no furor,
Foi-se a noite, tem auroras
O Gondoleiro do amor.


Teu seio é vaga dourada
Ao tíbio clarão da lua,
Que, ao murmúrio das volúpias,
Arqueja, palpita nua;


Como é doce, em pensamento,
Do teu colo no languor
Vogar, naufragar, perder-se
O Gondoleiro do amor!?...


Teu amor na treva é - um astro,
No silêncio uma canção,
É brisa - nas calmarias,
É abrigo - no tufão;


Por isso eu te amo querida,
Quer no prazer, quer na dor...
Rosa! Canto! Sombra! Estrela!
Do Gondoleiro do amor.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

FÁCIL E DIFÍCIL (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE)





Um poema de Drummond para refletirmos e reverenciarmos a vida…

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.

Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.

Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.

Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.

Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.

Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.

Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.

Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer. Ou ter coragem pra fazer.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.

Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende. E é assim que perdemos pessoas especiais.

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.

Difícil é mentir para o nosso coração.

Fácil é ver o que queremos enxergar.

Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto. Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.

Fácil é dizer “oi” ou “como vai?”

Difícil é dizer “adeus”. Principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas…

Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.

Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.

Fácil é querer ser amado.

Difícil é amar completamente só. Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar. E aprender a dar valor somente a quem te ama.

Fácil é ouvir a música que toca.

Difícil é ouvir a sua consciência. Acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.

Fácil é ditar regras.

Difícil é seguí-las. Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.

Fácil é perguntar o que deseja saber.

Difícil é estar preparado para escutar esta resposta. Ou querer entender a resposta.

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.

Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.

Fácil é dar um beijo.

Difícil é entregar a alma. Sinceramente, por inteiro.

Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.

Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.

Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.

Difícil é ocupar o coração de alguém. Saber que se é realmente amado.

Fácil é sonhar todas as noites.

Difícil é lutar por um sonho…

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

ONDE VOCÊ COLOCA O SAL? (DIEDRA ROIZ)






O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d'água e bebesse.

- Qual é o gosto? - perguntou o Mestre.

- Ruim - disse o aprendiz.

O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago.

Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago.

Então o velho disse:

- Beba um pouco dessa água.

Enquanto a água escorria do queixo do jovem o Mestre perguntou:

- Qual é o gosto?

- Bom! - disse o rapaz.

- Você sente o gosto do sal? - perguntou o Mestre.

- Não... - disse o jovem.

O Mestre então, sentou ao lado do jovem, e disse:

- A dor na vida de uma pessoa não muda.

Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos.

Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta.

É dar mais valor ao que você tem do que ao que você perdeu.

Em outras palavras:

É deixar de ser copo para tornar-se um lago.

ESSES CAMINHOS POR ONDE ANDAM NOSSOS PÉS: INSPIRAÇÃO (LANA NÓBREGA)







Lembra de quando você era pequena e era tão, tão fácil algo te interessar?

Algo te entreter por horas e horas seguidas?

Às vezes tenho a impressão de que vamos deixando “pedacinhos de nós mesmas” ao longo do caminho, ao longo do crescer.

Achamos que para aprendermos todas as coisas novas que precisamos aprender, temos que também desaprender as coisas que já tínhamos aprendido.

E aí desaprendemos a nos entreter.
Desaprendemos a nos interessar.
Desaprendemos a acreditar.
Desaprendemos a nos inspirar...

Desaprendemos a seguir aquele impulso, aquela vontade, aquelas pequenas coisas que foram, durante tanto tempo, responsáveis por muitos dos sorrisos mais puros que tivemos em nosso crescer.

É como se fôssemos nos permitindo a perder a ternura que antes tínhamos.

E a ternura, veja bem, é um tipo de óculos colorido: ela te permite ver o além das coisas.

A dor, olha que mágico, se fantasia de um vilão passageiro que logo, logo, irá embora.

O caos, ora, o caos é apenas a casa em dia de arrumação.
O tempo passará e ela estará muito mais bem organizada do que o que era antes.

A angústia é nada mais do que aquela vontade que o sonho bom comece logo.
É aquele momento de cansaço, logo antes de você dizer adeus ao ontem e dar boas vindas ao amanhã.

A indecisão é a dúvida entre o ‘sim’ e o ‘não’.
É mensagem de você para você mesma: é o coração dizendo que você não está pronta para essa decisão.

O futuro, veja bem, é o hoje já grandinho, já crescido.
O futuro é a construção do hoje: é a conseqüência do agora.

E aí, nesse ponto, fica a importância dos caminhos dos teus pés.
Eles guardam segundos mágicos que te fazem ansiosa pelo próximo minuto?
Eles guardam os sonhos mais lindos de um amanhã mais colorido que o hoje?
Estão cheios de aventuras e desafios que te levarão a novos caminhos e a novos planos?

Sabe, a gente nunca chega a ficar ‘gente grande’.

Se somos espertas, se sabemos o que é bom, a gente se intitula “uma eterna criança aprendiz” e ponto.

Porque nunca estaremos prontas.
Seremos sempre algo inacabado.

Isso é fácil de ser entendido: vivemos "em processo de".
Vivemos das várias versões de nós mesmas (que vêm junto com o tempo).

Mas não, não podemos abrir mão de certas partes de nós mesmas.

Não podemos esquecer as coisas bobas e pequenas porque são elas que trazem, numa lembrança de repente, um sorriso ao nosso rosto.

Não podemos não saber o que nos traz inspiração.
O que nos faz olhar o mundo com a maior de todas as sobriedades: o entendimento de que o hoje, ruim ou bom, passa.

E o amanhã chega.
Trazendo coisas novas e coisas velhas dentro de si.

Sim, largamos coisas pelo caminho.
Mas que sejam as coisas ruins que sejam largadas.
Que deixemos para trás aquele coração partido, aquele amor não correspondido, aquelas palavras que feriram tanto, aquele abandono que tanto machucou.

Que deixemos pelo meio do caminho não as pessoas que não conseguiram ser o que precisávamos que elas fossem, mas a lembrança sempre doída desse ato delas.

A verdade é que somos, todos nós, crianças.
Estamos, todos nós, ainda aprendendo.

Uns aprendem mais e mais rápido.
Outros aprendem menos e mais devagar.

Mas a lição que deve ser sempre estudada é uma e uma apenas: o que te faz sorrir?

Deve ser o teu sorriso que deve guiar os teus passos, as tuas escolhas.

Lembre-se: a vida é curta.
E viver é muito perigoso: perder-se é mais fácil que achar-se.

E se não tivermos cuidado, acabamos por viver uma vida que não é nossa.
Acabamos por adicionar anos, ao invés de adicionar tempo vivido.

A vida é assim: um passo, outro passo, outro passo, outro passo...

E isso é bom: senão você acordaria um dia e cinco, dez anos da tua vida teriam passado.

Mas, ao mesmo tempo, isso é muito perigoso: cada passo teu arruma um pouco o teu amanhã.

E aí está a moral da história: a vida, querida, é construída.

Tijolo por tijolo.
Passo por passo.
Escolha por escolha.

Então, presta atenção, está bem?

O que te traz inspiração?


Segue isso.
Escuta isso.
Agarra isso.


O teu amanhã é decidido hoje.
Por isso é que viver é muito perigoso.

domingo, 9 de janeiro de 2011

POEMA DA GRATIDÃO (DIVALDO FRANCO / AMÉLIA RODRIGUES)




Senhor Jesus, muito obrigado! Pelo ar que nos dás, pelo pão que nos deste, pela roupa que nos veste, pela alegria que possuímos, por tudo de que nos nutrimos. Muito obrigado, pela beleza da paisagem, pelas aves que voam no céu de anil, pelas Tuas dádivas mil!

Muito obrigado, Senhor! Pelos olhos que temos... Olhos que vêem o céu, que vêem a terra e o mar, que contemplam toda beleza! Olhos que se iluminam de amor, ante o majestoso festival de cor da generosa Natureza! E os que perderam a visão? Deixa-me rogar por eles, ao Teu nobre coração! Eu sei que depois desta vida, além da morte, voltarão a ver com alegria incontida...

Muito obrigado pelos ouvidos meus, pelos ouvidos que me foram dados por Deus. Obrigado, Senhor, porque posso escutar o Teu nome sublime, e, assim, posso amar. Obrigado pelos ouvidos que registram: a sinfonia da vida, no trabalho, na dor, na lida... O gemido e o canto do vento nos galhos do olmeiro, as lágrimas doridas do mundo inteiro e a voz longínqua do cancioneiro. . .

E os que perderam a faculdade de escutar? Deixa-me por eles rogar... Eu sei que no Teu Reino voltarão a sonhar. Obrigado Senhor pela minha voz. Mas também pela voz que ama, pela voz que canta, pela voz que ajuda, pela voz que socorre, pela voz que ensina, pela voz que ilumina... E pela voz que fala de amor, Obrigado, Senhor!

Recordo-me, sofrendo, daqueles que perderam o dom de falar e o teu nome sequer podem pronunciar! ... Os que vivem atormentados na afasia e não podem cantar nem à noite, nem ao dia... Eu suplico por eles sabendo que mais tarde, no Teu Reino, voltarão a falar. Obrigada, Senhor, por estas mãos, que são minhas, alavancas da ação, do progresso, da redenção.

Agradeço pelas mãos que acenam adeuses, pelas mãos que fazem ternura, e que socorrem na amargura; pelas mãos que acarinham, pelas mãos que elaboram as leis e pelas que as feridas cicatrizam retificando as carnes partidas, a fim de diminuírem as dores de muitas vidas! Pelas mãos que trabalham o solo, que amparam o sofrimento e estancam lágrimas, pelas mãos que ajudam os que sofrem, os que padecem...

Pelas mãos que brilham nestes traços, como estrelas sublimes fulgindo nos meus braços! . . . E pelos pés que me levam a caminhar, ereto, firme a marchar, pés da renúncia que seguem humildes e nobres sem reclamar. E os que estão amputados, os aleijados, os feridos e os deformados, os que estão retidos na expiação por crimes praticados noutra encarnação...

Eu rogo por eles e posso afirmar que no Teu Reino, após a lida desta dolorosa vida, poderão bailar e em transportes sublimes com os seus braços também afagar. Sei que lá tudo é possível quando Tu queres ofertar, mesmo que na Terra pareça incrível! Obrigada, Senhor, pelo meu lar, o recanto de paz ou escola de amor, a mansão de glória ou pequenino quartinho, o palácio ou tapera, o tugúrio ou a casa de miséria!

Obrigada, Senhor, pelo amor que tenho e pelo lar que é meu... Mas, se eu sequer nem o lar tiver ou teto amigo para me abrigar nem outra coisa para me confortar, se eu não possuir nada, senão as estradas, e as estrelas do céu como sendo o leito de repouso e o suave lençol, e ao meu lado ninguém existir, vivendo e chorando sozinho, ao léu...

Sem um alguém para me consolar direi, cantarei, ainda: Obrigada, Senhor, porque Te amo e sei que me amas, porque me deste a vida jovial, alegre, por Teu amor favorecida... Obrigada, Senhor, porque nasci! Obrigada, porque creio em Ti! ... E porque me socorres com amor, hoje e sempre, Obrigada, Senhor!

A MORTE DEVAGAR (MARTHA MEDEIROS)





Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.

Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.

Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante.

Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O TEMPO (MARIO QUINTANA)




A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são seis horas!

Quando de vê, já é sexta-feira!

Quando se vê, já é natal...

Quando se vê, já terminou o ano...

Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.

Quando se vê passaram 50 anos!

Agora é tarde demais para ser reprovado...

Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.

Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...

Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...

E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.

Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.

A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

  LEI HERMÉTICA: HERMES TRIMEGISTUS Há millhares de anos, existiu um grande homem cuja imensa sabedoria transcedeu fronteiras. Esse homem ...