quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

GOSTO (CRIS ANVAGO)





Gosto das palavras que enfeitam o meu dia.

Dos olhares que me alcançam a alma.


Da beleza do vento quando sussurra o teu nome.


Da simplicidade das pequenas coisas.


Das cores que me vestem nos sonhos por onde navego.


No verbo onde não encaixo a palavra, mas sorrio na prosa.


Onde deixo fluir todo o meu sentir.


Gosto do gosto da vida, mesmo nos instantes amargos.


Existe a doçura com que salpico os meus dias.


Gosto das palavras transformadas em gestos.


Que não terminam quando o sol nasce.


Gosto do gosto onde revelo o sonho que ainda não nasceu.

QUANDO OS FILHOS VOAM (RUBEM ALVES)




Sei que é inevitável e bom que os filhos deixem de ser crianças e abandonem a proteção do ninho. Eu mesmo sempre os empurrei para fora. Sei que é inevitável que eles voem em todas as direções como andorinhas adoidadas.

Sei que é inevitável que eles construam seus próprios ninhos e eu fique como o ninho abandonado no alto da palmeira…

Mas, o que eu queria, mesmo, era poder fazê-los de novo dormir no meu colo…

Existem muitos jeitos de voar. Até mesmo o vôo dos filhos ocorre por etapas. O desmame, os primeiros passos, o primeiro dia na escola, a primeira dormida fora de casa, a primeira viagem…

Desde o nascimento de nossos filhos temos a oportunidade de aprender sobre esse estranho movimento de ir e vir, segurar e soltar, acolher e libertar. Nem sempre percebemos que esses momentos tão singelos são pequenos ensinamentos sobre o exercício da liberdade.

Mas chega um momento em que a realidade bate à porta e escancara novas verdades difíceis de encarar. É o grito da independência, a força da vida em movimento, o poder do tempo que tudo transforma.

É quando nos damos conta de que nossos filhos cresceram e apesar de insistirmos em ocupar o lugar de destaque, eles sentem urgência de conquistar o mundo longe de nós.

É chegado então o tempo de recolher nossas asas. Aprender a abraçar à distância, comemorar vitórias das quais não participamos diretamente, apoiar decisões que caminham para longe. Isso é amor.

Muitas vezes, confundimos amor com dependência. Sentimos erroneamente que se nossos filhos voarem livres não nos amará mais. Criamos situações desnecessárias para mostrar o quanto somos imprescindíveis. Fazemos questão de apontar alguma situação que demande um conselho ou uma orientação nossa, porque no fundo o que precisamos é sentir que ainda somos amados.

Muitas vezes confundimos amor com segurança. Por excesso de zelo ou proteção cortamos as asas de nossos filhos. Impedimos que eles busquem respostas próprias e vivam seus sonhos em vez dos nossos. 

Temos tanta certeza de que sabemos mais do que eles, que o porto seguro vira uma âncora que os impede de navegar nas ondas de seu próprio destino.

Muitas vezes confundimos amor com apego. Ansiamos por congelar o tempo que tudo transforma. Ficamos grudados no medo de perder, evitando assim o fluxo natural da vida. Respiramos menos, pois não cabem em nosso corpo os ventos da mudança.

Aprendo que o amor nada tem a ver com apego, segurança ou dependência, embora tantas vezes eu me confunda. Não adianta querer que seja diferente: o amor é alado.

Aprendo que a vida é feita de constantes mortes cotidianas, lambuzadas de sabor doce e amargo. Cada fim venta um começo. Cada ponto final abre espaço para uma nova frase.

Aprendo que tudo passa menos o movimento. É nele que podemos pousar nosso descanso e nossa fé, porque ele é eterno.

Aprendo que existe uma criança em mim que ao ver meus filhos crescidos, se assustam por não saber o que fazer. Mas é muito melhor ser livre do que imprescindível.

Aprendo que é preciso ter coragem para voar e deixar voar.

E não há estrada mais bela do que essa.


AS PESSOAS NÃO SUPORTAM A DIFERENÇA (FERNANDA TAKAI)





Na última terça-feira, estive a trabalho na capital paulista. Fui gravar um videoclipe no melhor estilo pouca verba, muita vontade. A ideia era andar de madrugada pela Rua Augusta – que vai do luxo ao lixo – enquanto cantava uma canção que diz: “a gente se acostuma com tudo”. Ou quase… Eu usava uma maquiagem e um figurino que remetiam diretamente ao personagem Edward Mãos-de-tesoura. Vocês devem se lembrar dele. Uma versão moderna e mais sentimental do Frankenstein, acrescido do talento para cortar cabelos, plantas etc., em formatos bem originais. Fiquei irreconhecível. Até parece que cresci uns 20 centímetros com os cabelos muito arrepiados.

Comecei a caminhar lentamente, enquanto as cenas eram captadas. A cada minuto alguém passava de carro ou a pé e gritava alguma coisa como: “olha a loucona!”, “bicha”, “sai, macumba!”, “que ser é esse, meu pai?”, sempre em tom de escárnio ou reprovação. Detalhe: quando percebiam que era uma gravação, trocavam um pouco a postura ofensiva por um “quem é?”, “é da televisão?”. Continuamos a andar, cruzamos a Avenida Paulista e uns fãs passantes me descobriram por trás daquela personagem. Um taxista até gentilmente foi me seguindo por alguns minutos batendo palmas e dizendo que gostava do meu trabalho, mas teve que se retirar, pois acabava interferindo nas imagens e eu nem pude olhar pra ele pois fazia uma longa seqüência com os olhos fixos na câmera…

Enquanto ia cantando e descendo a rua em direção à parte mais barra-pesada do lugar, ficava pensando como é difícil ser diferente nesse mundo. Seja pela roupa, o corpo, algum tipo de comportamento menos usual e nem por isso errado. Ser diferente é atrair olhares e pensamentos que a gente sente como espinhos. Mas o pior eu ainda ia sentir de verdade naquela madrugada.

O diretor queria gravar umas cenas num clube noturno que costuma lotar todas as noites. Logo chegamos ao lugar, que fica exatamente na área mais recheada de saunas, casas de espetáculos eróticos e hotéis de alta rotatividade. Ou seja, supus que haveria umas tantas pessoas também diferentes e que ali eu não chamaria atenção. Errado. Os mesmos comentários surgiram como farpas. Eu também não era daquela turma.

Conseguimos autorização para entrar com a câmera na boate. Já no corredor de acesso, pressentindo a hostilidade, disse que era melhor a gente ir embora que as pessoas estavam me olhando feio demais. Davam-me empurrõezinhos e se viravam resmungando qualquer coisa. O som era altíssimo e a iluminação precária. Quando começamos a gravar umas cenas em que eu apenas ficava na pista enquanto todos dançavam. Alguém deliberadamente agarrou meus cabelos e me puxou com força. Estava escuro, lotado, e as pessoas pareciam todas iguais. Digo, vestiam-se do mesmo modo. Não consegui ter certeza de quem foi. Justamente nessa hora a câmera foi desligada para ser ajustada à quantidade de luz e ninguém da pequena equipe que estava lá comigo conseguiu ver o ataque. Imediatamente pedi pra irmos embora porque agressão física é o tipo de coisa que me faz perder a graça. Ou a gente parte pra cima ou foge. Eu fugi e fiquei com muita vontade de chorar. Nem tanto pela dor, mas pela constatação de que ser diferente é correr perigo. Não ser de uma determinada turma nos torna automaticamente alvos de um bocado de gente bruta e disposta a nos colocar no devido lugar pelas palavras e pelos atos ignorantes.

Minha filha tem um livrinho, que é um dos mais vendidos mundo afora, que se chama Tudo bem ser diferente. Não, Nina. Ainda não está tudo bem e pelo jeito nunca vai estar.

18/12/2015

sábado, 26 de dezembro de 2015

POLLYANA E O JOGO DO CONTENTE (ELEANOR H. PORTER)




Pollyana era a filha de um missionário, cujo salário era tão baixo que ele mal podia obter o essencial para viver. De tempos em tempos, chegavam à missão caixas com roupas usadas e quinquilharias para serem distribuídas. Poliana esperava que algum dia chegasse alguma contendo uma bonequinha. Seu pai havia até escrito pedindo para que na próxima caixa viesse uma boneca já usada para sua filha. A caixa veio, mas, em vez de uma boneca, trazia um par de muletas. Notando a decepção da criança, o pai disse: "Há uma coisa pela qual podemos ficar contentes e agradecidos: é de não precisarmos de muletas". Foi então que começaram a jogar o "jogo do contente", como o chamaram, procurando e achando qualquer motivo para alegrar-se e agradecer, não importando o que fosse, e sempre o achavam. Por exemplo, quando fossem obrigados a comer uma refeição reduzida num restaurante, por não poderem pagar as guloseimas constantes do cardápio, diziam: "Bem, estamos contentes por gostarmos de feijão", embora seus olhos parassem no peru assado com seu preço proibitivo. Depois, passaram a ensinar o jogo a outros, fazendo com que muitas pessoas se tornassem mais felizes, entre elas algumas que acreditavam nunca mais poder alcançar a felicidade.


Por fim, estavam realmente passando fome, e a mãe de Pollyana teve que ir para o céu para evitar a despesa de viver. Logo depois, seu pai a seguiu, deixando Poliana dependente da generosidade de uma tia solteira, rica, mas rabugenta e inóspita, que morava em Vermont. Apesar de ter sido mal recebida e do quarto horrível que lhe foi destinado, a menina só viu motivos para alegrar-se. Literalmente, ela irradiava alegria, atraindo por seu encanto a empregada e o jardineiro e, com o tempo, até a tia indiferente. A mente radiosa da criança logo forrou as paredes nuas e o chão do seu frio quarto do sótão com toda espécie de beleza. Se não havia quadros, ela ficava contente porque sua janelinha abria para uma paisagem mais linda do que um artista poderia pintar, e o gramado era um tapete verde e dourado que nem o mais hábil tecelão do mundo poderia tecer igual. Se em seu grosseiro lavatório não havia espelho, ela ficava contente porque isso a poupava de ver suas sardas; mas, se tinha sardas, não era um bom motivo ficar contente porque não eram verrugas? Se sua mala era pequena e as roupas poucas, não eram bons motivos para ficar contente porque era rápido desfazer a mala? Se seus pais não estavam com ela, não devia estar contente por eles estarem no céu com Deus? Já que eles não podiam falar-lhe, não devia alegrar-se por ela poder falar com eles?


Quando voava como um pássaro pelos campos e charnecas, esquecendo a hora da ceia, ao voltar mandavam-na para a cozinha para alimentar-se apenas de pão e leite. A tia que esperava lágrimas e amuos, surpreendia-se ao ouvi-la exclamar: "Oh, estou tão contente por você ter feito isto, porque eu gosto muito de pão e leite". Qualquer tratamento ríspido, e havia muitos no início, fazia com que ela imaginasse algum motivo bondoso por trás de tudo e, então, dedicava-lhe um pensamento agradecido.


Sua primeira seguidora foi a criada da casa, que costumava esperar o dia semanal de lavagem de roupa com verdadeiro horror e encarava a segunda-feira com mau humor. Não demorou muito para que nossa garota conseguisse que Nancy se sentisse mais contente na manhã de segunda-feira do que em outras manhãs, porque não haveria mais nenhum outro dia de lavar roupa em toda a semana; e também fê-la ficar contente que seu nome não fosse Hepsibah, e sim Nancy, do qual ela não gostava. Um dia, quando Nancy protestava dizendo: "Claro, não há nada num enterro para ficar contente", Pollyana logo respondeu: "Bem, podemos ficar contentes por não ser o nosso". Para o jardineiro, que se queixava que estava curvado por causa do reumatismo, ela ensinou o jogo do contente dizendo-lhe que por já estar meio curvado deveria ficar contente por ter que se curvar só a metade quando estivesse arrancando o mato.

Perto de sua casa, numa mansão, vivia um velho solteirão, um recluso sombrio. Quanto mais ele a repelia mais solícita ela ficava, e freqüentemente o visitava porque nenhuma pessoa o fazia. Em sua inocência e compaixão, ela atribuía sua falta de cortesia a algum secreto infortúnio e, portanto, ansiava cada vez mais por ensinar-lhe o jogo do contente. Ela ensinou e ele aprendeu, embora fosse difícil no começo. Quando ele quebrou a perna, não foi fácil convencê-lo a ficar contente por haver quebrado apenas uma das pernas, e admitir que teria sido muito pior se suas pernas fossem tão numerosas como as de uma centopéia e ele tivesse quebrado todas elas. Por fim, sua alegre disposição conseguiu que ele gostasse do sol, abrisse as venezianas, corresse as cortinas e abrisse seu coração para o mundo. Ele quis adotá-la, mas como não o conseguiu, adotou um menino órfão que ela encontrou à beira da estrada.

Conseguiu que uma senhora, que só usava roupa preta, passasse a usar roupas com cores alegres. Outra senhora, rica e infeliz porque sua mente estava fixada em desgostos passados, teve sua atenção desviada por Pollyana para as misérias alheias, e tendo aprendido pelo jogo do contente como levar a alegria àquelas vidas, esta senhora trouxe alegria em profusão para a sua própria. Sem o saber, ela reuniu em feliz vida comum um casal que estava a ponto de separar-se, acendendo em seus corações, que estavam ficando frios, um grande amor por seus filhos. Aos poucos, toda a cidade começou a jogar o jogo do contente e a ensiná-lo a outros. Sob esta influência, os homens e mulheres transformavam-se em seres diferentes: os infelizes ficavam felizes, os doentes curavam-se, os que estavam a ponto de proceder mal encontravam de novo o caminho certo, e os desanimadas readquiriam coragem.




O principal médico da cidade achou por bem recomendá-la, como se ela fosse algum remédio. Dizia: "Essa garotinha é melhor do que um vidro de tônico. Se há alguém capaz de retirar o mau humor de alguém é ela; uma dose de Pollyana é mais curativa do que uma farmácia cheia de medicamentos". Mas o maior milagre conseguido pelo jogo do contente foi a transformação operada no caráter de sua impertigada e puritana tia. Ela que havia recebido Poliana em sua casa por estrito dever de família, com a convivência com sua sobrinha desenvolveu um coração transbordante de carinho. Poliana foi retirada de seu frio quarto do sótão para um quarto lindamente forrado de papel, com quadros, tapetes e mobiliado, no mesmo andar de sua tia. Assim, o bem que ela fez reverteu em seu próprio benefício.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

O FUTURO DEPENDE DE CADA UM DE NÓS! (TÂNIA POLON)







Observo muitas pessoas pessimistas pelo Brasil e pelo Mundo afora devido às dificuldades enfrentadas em suas vidas...

Acredito que somos guiados e protegidos por uma força maior que nos mantém vivos e nos inspira diariamente ao progresso e que nos leva a atingir patamares sólidos...

Faz-se imprescindível retirarmos do fundo do nosso coração uma força que nos levará ao progresso pessoal...

Dificuldades sempre existirão, mas que nos sirvam de estímulo para superarmos as nossas deficiências interiores e possamos de fato exteriorizar todo potencial de mudança interior...

Precisamos acreditar no nosso sucesso para que valha a pena ter lutado incansavelmente por ele...

Percalços são necessários para que possamos fortalecer pequenos detalhes que a vida nos apresenta através das idas e vindas e dos sobe e desce...

Fortalecer nossos anseios e sonhos é importante para que a vitória final tenha sabor de dever cumprido e que essa luta árdua em busca pelas realizações nos faça evoluir como Seres Humanos...

Somos Seres pensantes! Por que não reinventar uma nova forma de fazer as coisas em prol da solidificação futura e concreta?

A vida nos foi dada como o mais belo presente!

Vamos aproveitar essa oportunidade que temos em nossas mãos para que não só façamos a diferença, mas sejamos a diferença em nossas vidas e que transmutemos tudo de negativo em positivo...

E que a vida nos dê novas chances diárias de reinventarmo-nos e que nunca nos permita desistir de nós mesmos...

Desistir de nós mesmos torna a nossa vida sem sentido, e o real sentido da vida é a nossa evolução!

Mesmo que tenhamos que ser gigantes na sua própria natureza do Ser, devemos arregaçar as mangas e fazer com que os nossos mais intrínsecos anseios se transformem em realidade viva e nossa vida faça sentido e mereça ser vivida na sua completude...

A Vida está aí para que possamos brindar numa taça de cristal com as muitas vitórias que estão por vir da VIDA...


sábado, 19 de dezembro de 2015

POR MAIS UMA SEMENTE DE PAZ (LANA NÓBREGA)






Existem muitas energias no mundo.

Somos pontos cósmicos que têm a grande bênção de experienciar a vida.

Viver, sentir, tentar, amar, cuidar.

Mas são as nossas ações que compõem a vida que se faz ao nosso redor.

Nosso canto de mundo é, na verdade, diminuto.

Somos pequenos espectros na dimensão imensurável do Universo.

Ao pensar assim, podemos entender que talvez cultivar uma existência de paz não seja tão difícil.

Há que se cuidar das energias que estão sob nossa responsabilidade.

Muito me preocupa os dedos apontados, a necessidade de julgar o certo e o errado.

As novas tecnologias nos permitem ter acesso a intimidades de outras pessoas, à fragilidade da história de outras pessoas.

O que fazemos com esse acesso?

As energias que desprendemos no cuidar ou não do que é do outro são responsabilidade nossa.

O ato de escrever a nossa vida se dá paulatinamente.

E a empatia com o que é do outro é a chave para percebemos também aquilo que é nosso.

O que desprendemos à vida é tão nosso que a nós retornará sempre...



sexta-feira, 15 de maio de 2015

POR QUE SOFREMOS TANTO? (TÂNIA POLON)











Se vivêssemos para a unicidade seríamos mais felizes...

Essa dualidade emocional na qual insistimos em viver nos faz achar que a nossa felicidade depende de outra pessoa para que seja completa, e nos faz fugir da nossa própria individualidade e unicidade...

Se o nosso maior aprendizado é conhecermos a nós mesmos, acredito que vivemos numa dualidade constante por que sabemos o que verdadeiramente importa, mas não acreditamos e nem vivenciamos essa verdade...

Qual é o elixir da felicidade?

É compreendermos que somos deuses e devemos aprender a viver a unicidade a fim de sermos um só nesse grandioso mundo criado por Deus. Se somos filhos de Deus, somos reflexo Dele!

Se somos reflexo de Deus estamos nos preocupando sem necessidade com a felicidade, gerando um grande gasto de energia e retardando a nossa evolução, pois a nossa meta é atingirmos a unicidade e sermos um só com DEUS...

DEUS como o grande Sol Central e Centro Criador desse universo, não criaria pessoas para viverem tão pouco tempo, pois nossa vida na terra é curtíssima...

No universo do nosso Deus existem muitas moradas...

Isso quer dizer que a morte não existe e o que ocorre é uma transformação da nossa forma de vida...

Deixemos para trás essa roupagem que nos escraviza e voemos rumo a nossa liberdade que é a nossa verdadeira vida...

A tão conhecida por todos... A vida espiritual...

Deus nos criou Seres livres...

Pode até parecer ficção científica para você...

Mas como podemos explicar a origem dos sonhos tão reais? Os sonhos premonitórios que devemos nos lembrar... Ocorrem no nosso quase despertar para que não o esqueçamos... Esses sonhos são bênçãos divinas para tranquilizar a nossa alma aflitiva...

Por isso devemos acalentar nossos sentimentos e acalmar nossos pensamentos para que possamos construir uma vida cheia de plenitude e abundância para que não nos tornemos nossos maiores inimigos.

Sejamos sempre dóceis conosco!!!


15/05/2015

sábado, 9 de maio de 2015

TARDE – MADRUGADA (TÂNIA POLON)












Numa Tarde pueril
Comecei a imaginar fantasias de relevo
De relance
De enlace


Madrugada adentro
Cheguei a me transformar
Sou delírio
Sou estrada


Que caminha em redemoinhos
Rumo a lua
Rumo ao mar
Rumo ao nada


Nada que se parece pouco
Pouco que se parece nada
Pouco ou Nada

Mais que nos diz muito... 

Da Tarde... 

Da Madrugada...

09/05/2015

domingo, 26 de abril de 2015

PALAVRAS CINTILANTES (KIKA MENDONÇA)













No início o que parecia abominável

Tornou-se mágico, belo

Parecia o toque dos magos do oriente 

Para proclamar
  
O nascimento de uma árvore frondosa

Que espalharia seus Ramos e cobriria

A humanidade de amor, ternura e compaixão



Assim foi o momento em que conheci

A sua palavra, o seu verbo

E minhas letras tomaram forma,
  
Produziram efeitos,

Transpuseram a superfície,

Emergiram do universo

E possuíram a minha boca




A minha alma,

Sim, elas cintilaram

Seu brilho

Dançaram o tango da profecia

E me reproduziram

No ciberespaço




Me espelharam no seu mar

Na sua penumbra

Se fizeram silentes

Se fizeram falantes

Sim, as minhas palavras confessaram

Meu segredo

Sussurraram o meu amor

 Sim, foram as minhas palavras

Imprintadas em mim

Que refletiram o meu ser


28/05/2005


POEMA PARA MEU AMOR (EDNA BERTA)










Beija-me, Amor

Ah...

Faz-me voar

Leva-me mais perto do céu

Me acaricie com doçura

Olha-me nos olhos




Deixa-me ver refletida nos seus olhos

Minha imagem

De mulher apaixonada

Deixa-me perdida

Dentro da sua vida

Não me dê alternativas

Faça-me cativa


BRUMAS DO MEU AMOR (KIKA MENDONÇA)






  





Na esplêndida alvorada
O vento frio a soprar
Parece surgir um canto
É a voz do teu amor a chamar


Sinto o vento em pleno açoite
Não sei se grito ou calo de verdade
Não sei se penso alguns instantes
Ou se espero a brisa chegar


O frenesi ampara meu corpo
Que dilacera sem palavras
Me prendo em brumas
Me vejo em silhueta


Só em ti posso sentir
A ternura de teu beijo
O brilho dos teus olhos
O encanto do teu sorriso



Eu te amo!

06/06/2005

segunda-feira, 6 de abril de 2015

ESSE NEGÓCIO QUE CHAMAMOS MEDO (LANA NÓBREGA)












A questão é que vamos nos suprimindo.


Vamos aprendendo a calar a nossa voz.

Não apenas a voz que produz som externo, mas também a voz que 
vibra para dentro: que nos fala de nós mesmos, de quem somos e do que sentimos.

Essa voz interna, entenda, ela é crua: crua como o mais cru pode ser.

E, por isso mesmo, ela é brutal em suas revelações.

Tão brutal, tão completamente sem pudores ou cerimônias, que muitas vezes choca a nós mesmos com suas verdades tão cruas.

Por isso, por medo de tanta verdade, vamos fazendo de conta que não escutamos essa voz de dentro.

Desviamos os pensamentos, mudamos de assunto, choramos sozinhas(os) na calada da noite.

Ou simplesmente vamos vivendo uma vida que não é nossa – não porque somos covardes, mas porque o medo é às vezes tão grande, tão maior que nós mesmas(os), que consegue sim nos calar.

Mas o medo, mesmo tão grande, mesmo tão assustador, esse próprio medo que te assombra é, perceba, a estrada para tudo o mais que existe além dele.

A verdade é que, sim, o medo é algo assustador.

É algo que nos limita – que nos impõe, sempre, restrições.

Essas restrições, no entanto, são da mesma matéria que nos forma, da mesma matéria que nos proporciona sorrisos e vitórias.

Entender isso, perceber isso, é também compreender que esse medo é nada mais do que uma estrada escura.

A luz dessa estrada, veja bem, é exatamente essa tua voz interna.

Aquilo que te dirá se esse medo deve ou não ser enfrentado, se essa estrada escura deve ou não ser trilhada.

É a tua voz interna que te mostrará que essa coisa tão grande e assustadora, quando comparada ao que há dentro de ti, é, na verdade, tão, tão minúscula.

Esse teu sentir é exatamente a tua imensidão.

A tua grandeza.

Essa tua voz teimosa, que te fala de sonhos e de dias melhores, que te faz sonhar com novos sorrisos e com um coração cheio de paz, bem, essa voz é você no seu estado mais lindo.

Por essa mesma razão é que o medo deve ser visto apenas como uma cautela, como um aviso de cuidado, como um estado de consciência.

Ter medo é estar-se consciente.

Nada mais.

Mas da consciência – e do entregar-se aos avisos dela – podem nascer coisas espetaculares.

Às vezes esquecemo-nos disso: a vida deve ser espetacular.

E eu até diria que essa espetacularidade é, em geral, proporcional ao medo que temos.

Algo como quanto maior o abismo, mais lindo e fenomenal será o nosso salto.

E isso que categorizamos de problemas, esses medos e dificuldades que temos, bem, isso é nada mais do que a vida acontecendo conosco. Do que a vida nos pedindo respostas e decisões, do que o tempo nos oferecendo escolhas.

O que fazemos dessas escolhas é assunto nosso.

Mas justamente por ser assunto nosso é que o reflexo de nossa decisão de enfrentar ou não nossos medos reflete diretamente naquilo que conseguimos vivenciar na vida.

Por conta do teu medo, a tua consciência fará questão de te dizer que tudo pode dar errado.

Mas se a voz interna não for calada, se você aprender a respeitá-la e escutá-la, a tua consciência também sempre te trará a dúvida mais benevolente de todas: “Mas e se, no fim, der tudo certo?”



https://www.facebook.com/lana.nobrega

domingo, 5 de abril de 2015

O QUE SERÁ DA VIDA??? (TÂNIA POLON)














Sem o sopro sem a vida que lhe mantém...

Sem o sangue sem o suor que lhe retém...

Vida minha vida sua vida louca...

Sem prazeres sem odores sem flores...

Sem paragens sem viagens sem vinténs...

Vida minha vida sua vida louca...

Que lhe faz lhe traz como um refém...




Essa vida que conduz uma transição...


Com o sopro com a vida que se tem...

Com o sangue com o suor que lhe mantém...

Vida minha vida sua vida boa...

Que lhe mantém lhe retém e lhe faz bem...

Com prazeres com odores e com flores...

Com paragens com viagens e com vinténs...



Vida minha vida sua vida boa...

Que lhe faça que lhe traga a liberdade...

Para poder contemplá-la como ninguém...



A vida é para ser vivida...

A vida é para ser sentida...

A vida é para ser experimentada...


A vida é um viver vivido...

A vida é um viver sentido...

A vida é um viver experimentado...


05/04/2015



sábado, 4 de abril de 2015

UM AMOR TÃO GRANDE ASSIM (TÂNIA POLON)










Como mensurar o tamanho, o tempo e a profundidade do amor entre duas pessoas???



Um amor tão grande não morre com um suspiro...


Um amor tão grande não morre por um vendaval...


Um amor tão grande não morre com uma tempestade...


Um amor tão grande não morre pela distância...


Um amor tão grande não morre com o passar dos dias...


Um amor tão grande não morre com o passar dos meses...


Um amor tão grande não morre com o passar dos anos...


Um amor tão grande não morre com o passar dos séculos...


Um amor tão grande se perpetua para sempre no fundo de dois corações...


Um amor tão grande se reconhece em leves toques sutis da alma...


Um amor tão grande se renova todos os momentos da convivência diária...


Um amor tão grande é livre...


Um amor tão grande é cúmplice...


Um amor tão grande é baseado na confiança...


Um amor tão grande é baseado no respeito...


Um amor tão grande deixa-nos completos...


Um amor tão grande é pleno porquê se completa na plenitude do próprio amor...



O TAMANHO DO AMOR É O TAMANHO DO PULSAR DE CADA CORAÇÃO QUANDO SE UNE DE CORPO E ALMA X ALMA E CORPO...

E ESSA UNIÃO CORPO E ALMA X ALMA E CORPO MESMO ESTANDO DISTANTES UMA DA OUTRA... SENTEM-SE INTERLIGADAS NESSES LAÇOS QUE LHES ACALENTAM SUAS ALMAS...





04/04/2015


segunda-feira, 30 de março de 2015

FRASES MULHERES











1 Eu quero ser tudo que sou capaz de me tornar. "Katherine Mansfield"


2 Tenha até pesadelos, se necessário for, mas sonhe. "Patrícia Galvão"


3 Respirei fundo e escutei o velho e orgulhoso som do coração. Eu sou, eu sou, eu sou. "Sylvia Path" 


4 O futuro pertence à aqueles que acreditam na beleza dos seus sonhos. "Eleanor Roosevelt"


5 Se você já foi ousada, não permitam que a amansem. "Isadora Duncan"


6 Tua força interior e tuas convicções não tem idade. "Madre Teresa de Calcutá"


7 Liberdade é realmente não sentir medo de espécie alguma. "Nina Simone"

8 Você controla suas próprias vitórias e derrotas. "Maria Sharapova"


9 Toda dor pode ser suportada se sobre ela puder ser contada uma história. "Hannah Arendt"


10 Uma mulher possui a idade que merece. "Coco Chanel"


11 Plante o seu próprio jardim e decore a sua própria alma, em vez de ficar à espera que alguém lhe traga flores. "Veronica Shoffstall"


12 Não se acha paz evitando a vida. "Virginia Woolf"


13 Este mundo não vai mudar a menos que estejamos dispostos a mudar a nós mesmos. "Rigoberta Menchú"


14 Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande, é a sensibilidade sem tamanho. "Martha Medeiros"


15 Há mais poder em um forte abraço do que em mil palavras. "Ann Hood"


16 Sabe o que eu quero de verdade? Jamais perder a sensibilidade, mesmo que, às vezes, ela aranhe um pouco a alma. Porque, sem ela, não poderia sentir a mim mesma. "Clarice Lispector"


17 Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar. "Cássia Eller"


18 Amar é acolher, é compreender, é fazer o outro crescer. "Zilda Arns Neumann"


19 Nossos somos nossos melhores guias. "Jane Austen"


20 Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira. "Cecília  Meireles"


21 Os afetos fortes, como o desejo, aumentam nossa capacidade de existir. "Marilena Chaui"


22 As pessoas que espalham amor não têm tempo nem disposição para jogar pedras. "Irmã Dulce"


23 Por que preciso de pés se tenho asas para voar? "Frida Kahlo"


24 Somente o amor com sua ciência nos faz tão inocentes. "Violeta Parra"


25 A melhor coisa do mundo é ter amor no coração. "Chiquinha Gonzaga"


26 O elemento mais inquieto de uma sociedade é a ignorância. "Emma Goldman"


27 O ideal do amor e da verdadeira generosidade é dar tudo de si, mas sempre sentir como se isso não houvesse lhe custado nada. "Simone de Bouvoir"


28 A verdade lhe libertará, mas primeiro ela vai te enfurecer. "Gloria Steinem"


29 É um erro ter razão cedo demais. "Marguerite Yourcenar"


30 Você viaja para explorar e volta para casa para se encontrar lá. "Chimamanda Ngozi Adichie"


31 No fundo sabemos que o outro lado de todo medo é a liberdade. "Marilyn Ferguson"


32 Tudo que perdemos automaticamente dobra de valor. "Mignon cLaughlin"


33 Não vemos as coisas como são: vemos as coisas como somos. "Anafs Nin"


34 O começo é sempre hoje. "Mary Shelley"


35 Apenas possuímos aquilo que cedemos. "Isabel Allende"


36 Eu não me importo com a falha, mas jamais me perdoaria se não tentasse. "Nikki Giovanni"


37 Há dois tipos de pessoas: as que fazem as coisas e as que ficam com os louros. Procure ficar no primeiro grupo: há menos competição lá. "Indira Gandhi"












FÉ (PROFESSOR HERMÓGENES)







Fé...


É a certeza de que a Onipresença, a Onipotência e a Onisciência de Deus estão atuando em nossas vidas.


Fé...


É Conquista...

É Evolução...

É Transformação...

É libertação...


Eu tenho Fé em Ti...

Porque Te sinto em mim e vivo em Ti...

Em mim, Tu é Lei, tomas conta de mim, cada vez mais...

Cresce em mim a libertadora e autêntica humildade de render-me a Ti...


Sou Tua...

Tu és meu...

Esta é minha Fé...

Aceito o que vier, por vir de Ti...


És meu Pai e não me dás "pedra" quando Te peço "peixe"...

O que me dás é sempre o meu bem, não importando a aparência...

Por isso sou Invencível...








sábado, 21 de março de 2015

INSPIRAÇÃO (LANA NÓBREGA)










|Para os momentos de caos e confusão interna|



INSPIRAÇÃO..



Lembra-se de quando você era pequena(o) e era tão, tão fácil algo te interessar?


Algo te entreter por horas e horas seguidas?


Às vezes tenho a impressão de que vamos deixando “pedacinhos de nós mesmas(os)” ao longo do caminho, ao longo do crescer.


Achamos que para aprendermos todas as coisas novas que precisamos aprender, temos que também desaprender as coisas que já tínhamos aprendido.


E aí desaprendemos a nos entreter.

Desaprendemos a nos interessar.

Desaprendemos a acreditar.

Desaprendemos a nos inspirar...


Desaprendemos a seguir aquele impulso, aquela vontade, aquelas pequenas coisas que foram, durante tanto tempo, responsáveis por muitos dos sorrisos mais puros que tivemos em nosso crescer.


É como se fôssemos nos permitindo perder a ternura que antes tínhamos.


E a ternura, veja bem, é um tipo de óculos colorido: ela te permite ver o além das coisas.


A dor, olha que mágico, se fantasia de um vilão passageiro que logo, logo, irá embora.


O caos, ora, o caos é apenas a casa em dia de arrumação.

O tempo passará e ela estará muito mais bem organizada do que o que era antes.


A angústia é nada mais do que aquela vontade que o sonho bom comece logo.

É aquele momento de cansaço, logo antes de você dizer adeus ao ontem e dar boas vindas ao amanhã.


A indecisão é a dúvida entre o ‘sim’ e o ‘não’.

É mensagem de você para você mesma(o): é o coração dizendo que você não está pronta(o) para essa decisão.


O futuro, veja bem, é o hoje já grandinho, já crescido.

O futuro é a construção do hoje: é a consequência do agora.


E aí, nesse ponto, fica a importância dos caminhos dos teus pés.

Eles guardam segundos mágicos que te fazem ansiosa(o) pelo próximo minuto?

Eles guardam os sonhos mais lindos de um amanhã mais colorido que o hoje?

Estão cheios de aventuras e desafios que te levarão a novos caminhos e a novos planos?


Sabe, a gente nunca chega a ficar ‘gente grande’.


Se somos espertas(os), se sabemos o que é bom, a gente se intitula “uma eterna criança aprendiz” e ponto.


Porque nunca estaremos prontas(os).

Seremos sempre algo inacabado.


Isso é fácil de ser entendido: vivemos "em processo de".

Vivemos das várias versões de nós mesmas(os) – (que vêm junto com o tempo.


Mas não, não podemos abrir mão de certas partes de nós.


Não podemos esquecer as coisas bobas e pequenas porque são elas que trazem, numa lembrança de repente, um sorriso ao nosso rosto.


Não podemos não saber o que nos traz inspiração.

O que nos faz olhar o mundo com a maior de todas as sobriedades: o entendimento de que o hoje, ruim ou bom, passa.


E o amanhã chega.

Trazendo coisas novas e coisas velhas dentro de si.


Sim, largamos coisas pelo caminho.

Mas que sejam as coisas ruins que sejam largadas.

Que deixemos para trás aquele coração partido, aquele amor não correspondido, aquelas palavras que feriram tanto, aquele abandono que tanto machucou.


Que deixemos pelo meio do caminho não as pessoas que não conseguiram ser o que precisávamos que elas fossem, mas a lembrança sempre doída desse ato delas.


A verdade é que somos, todos nós, crianças.

Estamos, todos nós, ainda aprendendo.


Uns aprendem mais e mais rápido.

Outros aprendem menos e mais devagar.


Mas a lição que deve ser sempre estudada é uma e uma apenas: o que te faz sorrir?


Deve ser o teu sorriso que deve guiar os teus passos, as tuas escolhas.


Lembre-se: a vida curta.

E viver é muito perigoso: perder-se é mais fácil que achar-se.


E se não tivermos cuidado, acabamos por viver uma vida que não é nossa.

Acabamos por adicionar anos, ao invés de adicionar tempo vivido.


A vida é assim: um passo, outro passo, outro passo, outro passo...


E isso é bom: senão você acordaria um dia e cinco, dez anos da tua vida teriam passado.


Mas, ao mesmo tempo, isso é muito perigoso: cada passo teu arruma um pouco o teu amanhã.


E aí está a moral da história: a vida é construída.


Tijolo por tijolo.

Passo por passo.

Escolha por escolha.


Então, presta atenção, está bem?


O que te traz inspiração?


Segue isso.

Escuta isso.

Agarra isso.


O teu amanhã é decidido hoje.

Por isso é que viver é muito perigoso.


https://www.facebook.com/lana.nobrega

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

SER OU NÃO SER ASSUMIDA??? (DIEDRA ROIZ)






“Desde que a vida tem a mesma duração, seja qual for a maneira de viver, é mais vantajoso viver com alegria e satisfação. Da mesma forma, uma vez que a vida é de contínua atuação, é mais valoroso atuar com prazer. Em vez de viver dias cinzentos reclamando e se sentindo forçada a fazer as coisas, use sua criatividade e viva de forma mais prazerosa”. (Daisaku Ikeda).


Tirei essa frase de um livro maravilhoso que ganhei. Se chama “365 dias – frases para mulheres”. É uma coletânea de frases do meu mestre, o Dr. Daisaku Ikeda. Estava bem ali, na data de hoje (é daquele tipo de livrinho onde você tem uma mensagem por dia). Como coincidências não existem, não foi à toa que a frase se encaixou perfeitamente no assunto que eu tinha em mente para essa semana:


Ser ou não Ser Assumida?


Eis a questão…


Como tudo na vida, isso também é relativo. No meu caso foi indolor e tranquilo. Mas sou exceção, não a regra. E confesso que tenho uma boa sorte incrível.


Explico:

- Nasci numa família muito inusitada. O que quero dizer com isso? Fui criada para não ter preconceitos. Para dar importância a quem eu era e o que realmente queria, não importando o que os outros fossem pensar.


Outro ponto fundamental:

- A minha primeira experiência com uma mulher não foi movida apenas por atração sexual. Eu estava apaixonada.


Melhor ainda:

- Era correspondida. Foi meu primeiro amor, primeira namorada e primeira esposa.

- Estudávamos numa faculdade de teatro. Ser hetero era uma desvantagem.

- Lembro que ficamos no meu quarto ligando para todos os amigos gays (eram a maioria) contando a novidade.


Eles ficavam felizes, uma coisa meio:

- “Bem vindas ao nosso lado!”


Passamos a ser convidadas para festas que antes (por sermos hetero) não éramos chamadas. (É... Preconceito é uma via de mão dupla, não é verdade? Mas esse é um assunto sobre o qual ainda vou falar).


Contar para minha família (minha irmã e meu pai – minha mãe e meus avós já tinham falecido) também não foi nada demais. Os dois acharam absolutamente normal.


Minha melhor amiga?


Aquela que me conhecia desde os 13 anos? Não é à toa que é minha melhor amiga, não é verdade? Tinha acabado de conhecer um cara maravilhoso (e era mesmo, tanto que ficaram 12 anos casados). Saímos a quatro. Num certo momento levantamos da mesa e fomos juntas ao banheiro (clássico!).



Perguntamos ao mesmo tempo:

- O que você achou?

- Voltamos rindo, com os novos amores aprovados.

Tudo isso facilitou a minha vida. E como!



Pensem:

- Não tive problemas em me assumir para mim, nem para os meus amigos, muito menos para a minha família… Perfeito! Ou quase…

- A família da minha primeira namorada não era assim tão liberal. Fui apresentada como amiga. Mas era difícil, quase impossível disfarçarmos. Até porque mãe que é mãe sempre sabe…

- Começaram a desconfiar. Ficávamos juntas tempo demais. Dormíamos juntas vezes demais (umas 5 vezes por semana, alternando as casas).

- Muitas vezes tive que entrar no apartamento dos pais dela me esgueirando quando todos estavam dormindo. Outras me esconder debaixo da cama quando alguém batia na porta do quarto. Fazer amor do tipo “filhos do silêncio” onde o máximo que se pode fazer – com muito cuidado – é sussurrar no ouvido muito, mas muito baixinho.



Até o fatídico dia em que minha sogra encontrou um cartão “incriminador” de aniversário. Depois de uma discussão terrível, minha então namorada, que não levava desaforo para casa, pegou algumas roupas e saiu de casa. Minha sogra então – pasmem! – ligou para mim. Lembro que no turbilhão de coisas que ela gritava, sempre repetia a seguinte – e estranhíssima – frase:

- Vocês não são um casal! Casal é homem e mulher! Vocês são uma dupla!

- Uma dupla!

- O resultado? Fomos morar juntas. Diante do inevitável, a família dela passou a nos convidar para jantares, festas de aniversário, natais. O tempo de convivência foi tornando a todos mais tolerantes, estreitando laços. Minha sogra me dava presentes. Ligava...



Para mim:

- Ela tá muito magrinha… Cuida dela pra mim, tá? Fala com ela… Você ela escuta…

- Mesmo muito tempo depois do casamento terminar.



Só existe uma verdade:

- Cada uma sabe onde lhe aperta o calo.

- O cuidado que devemos ter com as pessoas – com nós mesmas, mas também com os outros – nunca pode ser abandonado. A benevolência tem que vir dos dois lados.



Com relação a se assumir para a família, existem muitas coisas que precisam ser pesadas.


Para que arrombar uma porta se podemos abrir uma janela?


Até que ponto vale à pena magoar quem amamos?


Que postura devemos ter?


Que atitudes tomar para sermos respeitadas?


Como, quando, por quê?


Tenho as perguntas. As respostas são completamente subjetivas e pessoais.



Quanto a se assumir na sociedade:

- Fazer por vontade? Fazer para chocar? Para que se acostumem? Para termos visibilidade? Adianta dar murro em ponta de faca? Tem como tirar a ponta da faca?

- Quem pode ditar o que é certo e o que é errado?

- Juízos de valor variam de acordo com o local, a época, a pessoa.



Como sempre que lidamos com seres humanos, não existem fórmulas. Na análise combinatória da vida, as possibilidades são ilimitadas. Dependem de você, de com quem você está, de onde está.


É preciso ser como o bambu, que não se quebra porque sabe envergar quando o vento sopra forte demais.


Ser assumida é muito mais do que andar de mãos dadas ou beijar na rua. Vai além, muito além de uma simples... É simples... Nós que complicamos... Orientação sexual.


O fundamental – e que não é fácil – é se assumir para si mesma. Saber, aceitar, não ter medo de gostar de quem se é. Saber o nosso valor, acreditar, não duvidar. Mesmo que todos digam o contrário... Isso é fundamental.


O maravilhoso do ser humano é exatamente essa diversidade. O que torna qualquer um insubstituível... É saber que entre bilhões de pessoas no mundo, não existem duas iguais.


É a diferença, a singularidade de nossa essência que nos faz precios@s, rar@s e especiais.


Exatamente por isso não importa se minha família sabe, se no meu trabalho sabem, se ninguém ou se o mundo sabe. Não importa se eu bato no peito gritando:

- Sou lésbica!

- Ou se prefiro não explanar... Se ando ou não de mãos dadas com minha mulher, companheira, amante, esposa, ficante ou namorada... Se a beijo no meio da rua ou só em casa...

- Não existem regras.

- Tudo que vem de dentro, tudo o que nos faz feliz é válido.

- Tudo que nos faz sofrer precisa ser superado, mudado, transformado.

- O que é forçado… Sem comentários!




Ser assumida é simplesmente quando ser quem e o que somos nos traz felicidade...



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