quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

VOCÊ E AS SUAS PESSOAS (LANA NÓBREGA)







A verdade é que a vida é uma seqüência de coisas.

Coisas atreladas a coisas. Um emaranhado de interligações que, no entremeio, nos envolve em uma série de elementos sobre os quais, muitas vezes, não temos controle.

Como fazer seus pais felizes? Eu digo, verdadeiramente felizes?
Bastaria você ser tudo o que eles gostariam que você fosse?
Bastaria você não ser como e quem você é?

Como fazer os seus filhos felizes? Verdadeiramente felizes?
Enquanto crianças, a paz lhes basta. Mas e quando jovens ou adultos? Como fazê-los verdadeiramente felizes?

E o seu amor? Você bastará para ela ou para ele? Para a felicidade dela ou dele? Você a(o) fará feliz? Verdadeiramente feliz?

E você? Você é feliz? Verdadeiramente feliz?

Nosso maior engano é achar que podemos suprir carências que não são nossas.

Que podemos encher a ‘caixa de desejo’ dos outros como se fôssemos capazes de preenchê-la somente com nós mesmos e com nossos sacrifícios e abnegações.

Como se fôssemos a razão de todas as dificuldades e sofrimentos das pessoas da nossa vida. Ou, mais infame ainda, como se fôssemos a razão por todos os seus sorrisos e prazeres.

E isso não é verdade.
Pode até ser que, no meio de relacionamentos que perderam em algum ponto o seu equilíbrio, isso seja ‘cobrado’. Pode até ser que essa responsabilidade seja colocada em seus ombros.

Pode até ser que te joguem no rosto há tanto tempo que é você a(o) responsável por esses sofrimentos e dores e infelicidades que você também já creia nisso.

É que esquecemos, entende?

Esquecemos que cada um de nós é responsável por preencher seus próprios vazios.


Esquecemos que cada um de nós é responsável por buscar suas próprias respostas.


Esquecemos que cada um de nós é tocado pela vida das nossas pessoas para que, então, busquemos nossos próprios entendimentos, nossas próprias aprendizagens, nossas próprias formas de crescer através das pessoas que nos são queridas.

Mas como disse François de La Rochefoucauld , “Estamos tão acostumados a nos disfarçar para os outros, que no fim acabamos nos disfarçando para nós mesmos.”

E viramos, todos nós, esses atores medíocres de uma grande peça também medíocre. Pais que renegam filhos porque eles não seguem o roteiro que queriam que seguissem. Filhos que se distanciam dos pais porque não conseguem achar formas de se encaixar no roteiro que eles têm como correto.

Existem várias formas de se dizer não à vida:

# Achar que a vida deve ser de um jeito apenas, porque senão não está correta.

# Pensar que temos que passar a vida inteira nos ‘santificando’ e renegando experiências que são terrenas (aonde acontece esta vida que nos foi dada mesmo?)

# Achar que não merecemos ser quem somos, que não merecemos escolher nossos próprios caminhos, achar que temos que dizer não ao que sentimos e ao que queremos

# Pensar que não podemos voltar atrás, que não podemos desfazer o que já foi feito, que não podemos recomeçar, que não podemos abrir mão de planos antigos para seguir um novo caminho

# Pensar que temos que nos agarrar com toda a força às crenças que nos foram ensinadas, sem nunca ousar passar por cima delas e ouvir o que o seu coração lhe diz (qualquer que seja o seu Deus, é em você que Ele mora e é com você que Ele fala)

# Crer que você tem que viver a sua vida pela regra do “não desapontar os outros”, sem nunca se tocar que desapontar a si mesma(o) é o maior de todos os pesos que uma pessoa pode carregar

# Imaginar que você tem o direito de exigir que as pessoas que você ama sigam o seu caminho e que você tem o direito de negar-lhes a liberdade de serem livres para serem quem quer que queiram ser; e, pior ainda, ameaçar essas pessoas que te amam, de perder o seu amor se lhe contrariarem

# Esquecer-se do que você quer, por lembrar-se constantemente do que o que os outros querem para você

# Colocar sobre as pessoas que você ama, vazios e frustrações que são, na realidade, seus

# Não ser capaz de enxergar todas as coisas e pessoas maravilhosas que você tem em sua vida, apenas porque elas não se encaixam perfeitamente no que você queria que se encaixassem

# Viver do que “poderia ser”, e não “do que é”.



As nossas pessoas são, verdadeiramente, grande parte da nossa felicidade.


Mas é preciso saber aonde um termina e aonde o outro começa.

É esse o maior e mais importante fundamento do respeito mútuo: é essa a cola que une as pessoas que se amam: é essa a essência do ser-se família.


Dizer sim à vida é, acima de tudo, dizer sim a você mesma(o).

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