sábado, 3 de julho de 2010

UM GRITO. UMA AFIRMAÇÃO. UM SUSSURRO (HELENA PAIX)







É que às vezes o que a gente sente é cansaço. Mero. Puro. Não-tão-simples cansaço.

Como aquele ‘montinho’ de sentimentos que a gente vai acumulando: um “deixa pra lá” uma hora; um “amanhã tudo será melhor” em outra, e às vezes um “tenho que ser mais forte” em outra hora.

E aquele ‘montinho’ vai crescendo.
Vai ficando mais alto e maior e vai tomando tanto espaço dentro da gente que uma hora não dá mais: acaba saindo: acaba virando grito, ou choro, ou sono, ou desespero.

E aí não resta outra: a gente grita, ou chora, ou dorme ou se desespera mesmo.

Mas o importante é que isso seja o que é: um cansaço.
Porque a questão do cansaço é que ele só existe até estarmos cansadas.
E estar é apenas um modo de se ficar: depois que passa, acaba.

E a gente pode voltar a não ter mais tanta necessidade de gritar ou chorar ou dormir ou se desesperar.

Eu sei que falo sempre:
Vai! Confia na vida!
Vai! Sê forte: você É forte!
Segue em frente! O amanhã é um dia camarada!
Não se esquece de sorrir! Há tantos motivos para você ser feliz!

E tudo é a mais pura verdade.
É no que acredito e em que me apóio.

Mas tem o tal do cansaço.
E ele vem: mais cedo ou mais tarde ele vem.

Porque a questão é que buscar sempre formas de crescer, de administrar a vida, de lidar com os problemas da melhor possível e, sim, de acreditar em dias melhores: tudo isso dá uma trabalheira!

Não há mágica, gente!
Ter fé dá trabalho!
Acreditar é um exercício!
Dos pesados!

E por isso mesmo que é tão difícil.
E por isso que são, infelizmente, poucas as pessoas que conseguem seguir fielmente esse exercício.

Muitas se matriculam na academia.
Fazem o maior sacrifício, pagam a mensalidade, mas na hora de continuar aquilo dia após dia... iihhhh. Não dão conta. Desistem. E lá voltam para as suas vidas sem tanto exercício.

A metáfora é válida: acreditar no que não podemos ver ou antever não é tarefa fácil. Saber que talvez se passe muito tempo até chegarmos a um resultado concreto, que pode ser visto e sentido, não é fácil. Por isso nem dá para culpar quem desiste pelo meio do caminho.

Mas... tem um negócio aí em ti, sabe?
Dentro do teu peito, ali junto do coração, tem um negócio que fica te pedindo respostas: que fica querendo um pouco mais de segurança: que fica insistindo em uma solução.

É esse negócio, que nada mais é do que você em sua forma mais pura e real, que precisa sim que você tope o desafio desse exercício.

Chamaremos de “exercício de ser-se”, está bem?

>> Mas, Helena, exercício de ser o quê?

Ah!
Exercício de ser TUDO o que você pode ser!
Exercício de enxergar a famosa luz no fim do túnel.
Exercício de na hora do desespero absoluto, ainda assim, ser capaz de acreditar em uma reviravolta da vida.


Exercício de encher poderosamente o pulmão e perceber que você está absolutamente viva!


Exercício de perceber que não há ninguém igual a você em um planeta de mais de 2 bilhões de habitantes!
Então como você poderia ter a pequenez de imaginar que você não faria falta? Ou que você não é valiosa? Ou que a tua vida não tem um propósito? Ou que você não é exatamente como deveria ser?

Exercício de ser-se!
Deve ser praticado todos os dias.

E aí, quando a gente cansa, a gente se deixa estar cansada por uns diazinhos.
Não tem problema.
Você não precisa ser forte sempre.

Mas aí, depois desses diazinhos, você sacode a poeira, levanta, e começa de novo o exercício!

Cabeça baixa só vê o chão em que se está pisando: não vê os chãos que existem mais à frente.

E é necessário que você saiba disso: são tantos os chãos!
São tantos os caminhos!
Mesmo que você ache que não: são muitos os caminhos.

A questão é que cada caminho tem seus riscos e desafios: cada caminho tem uma coleção de medos e inseguranças para nos dar de brinde.

E aí, às vezes a gente escolhe aquele caminho cujos medos e inseguranças são menores.
Mas menores são também as possibilidades.

Tudo, eu repito, tudo que seja absolutamente incrível e até ambicioso traz como brinde quantidades gigantes de medos e inseguranças.

É que eles são proporcionais, sabe?
É a pegadinha da felicidade para nós: “Ó, te ofereço um caminho aqui, no fim dele você talvez encontre tudo o que quis, mas eu não te dou certeza de nada! Não te garanto nada! Está avisada!”

É difícil sim.
Como escolher o que é tão incerto?
Como saber o que é melhor?

Não há outra resposta: EXERCITANDO-SE!


"O que for a profundeza do teu ser, assim será teu desejo.
O que for o teu desejo, assim será tua vontade.
O que for a tua vontade, assim serão teus atos.
O que forem teus atos, assim será teu destino."

2 comentários:

Anônimo disse...

Lindo, e o mas interessante é que não é só a fé que dá trabalho, amar e ser amada(o) também, e muitas pessoas desistem deste trabalho querem pronto, mas e as descobertas e conquistas.
Bjos!
Duas companheiras

Kika disse...

Helena, esse texto me remete a uma reflexão sobre um casamento que vivi por onze anos, onde fiquei perdida sem saber o que fazer, pois não queria permanecer como estava e não encontrava um caminho para mudança. Sentia-me numa floresta dando voltas sem achar a saída. Sentia-me responsável pela outra pessoa e que minha vida não tinha sentido. Trabalhar e ter amargura era só o que sentia. Finalmente minha luz brilhou no fim do túnel. Fiz três meses de terapia e consegui achar o caminho da saída. Hoje estou no casamento de sete anos e toda felicidade do mundo!hoje vejo cores, cores de Almodovar, cores de Frida Kalo, cores de arcoíris.
Kika

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